Tempo de Quebrantamento
Nada é mais difícil do que você estar envolvido (e ser obrigado a isso) com pessoas que pensam em total oposição a tudo aquilo que você acredita. Pessoas que reproduzem a acides de uma religião engessada, que lutam a qualquer custo pelo dogma, pelo seu pedaço no bolo, defendem “Jesus” contra a vida e contra todos, criam inimizades, dividem as pessoas, rotulam as pessoas, colocam placas, “discernem entre o bem e o mau”, as suas “igrejas” estão acima de qualquer coisa e não se quebrantam nem diante de Deus e nem diante de situações de tragédia.
Aparecem pessoas de todo tipo. Lideres, por exemplo, julgam a tragédia natural como juízo de Deus, apesar de que segundo a Bíblia o juízo começa pela casa do Senhor (que não são os templos), porque os templos já estão sob o juízo desde da sua fundação. Líderes que se estabelecem sobre pessoas apenas com intuito de se dar bem não só pelo dinheiro, mas pelo sistema chamado de “igreja”, pervertendo assim outras áreas da vida.
Por exemplo:
A sensação de poder tem pervertido muita gente “ética”. A vaidade é o caminho pra baixo na questão da espiritualidade. Deus resiste ao soberbo, toda altivez será abatida. O sistema tem levado muitos líderes “éticos” à prática do nepotismo. Muitos que são “honestos”, porque honestidade não é só na questão do dinheiro, mas até nas motivações interiores, porque aí se instala a falta de temor e a verdade de cada um.
Acho-me impotente diante de um quadro tão pessimista e desesperançoso, o que posso fazer de prático e que seja realmente pertinente a favor da vida. Qual será o legado a ser deixado?
Muitas vezes me pego chorando pela impotência, me pego oscilando entre dois pensamentos. Tem momentos que desejo o juízo sobre toda hipocrisia, sobre toda maldição maldita e amaldiçoada promovida por essa gente; incomodo-me com a resistência das pessoas que preferem ser enganadas a abraçarem a verdade. Em outro momento me vejo penalizado, desejoso que as coisas mudem, com pena daqueles que são manipulados, preferindo Barrabas, e gritando em alto e bom som CRUCIFICA-O!
A impotência diante de uma “igreja” que não se comove com mais nada, que se não se quebranta com a tragédia, que não choram com os que choram e onde o bem das pessoas serve apenas para alimentar a inveja de corações doentes e empedrados pela religião.
Choro por causa da fome e pela desesperança diante de um quadro irreversível. Choro porque a sensação é de que não há mais nada a fazer. Choro porque Deus nos deu muito e não tem quem deseje ardentemente ao genuíno leite espiritual que é a Palavra dita, e até a que não está dita (entenda quem puder). Choro diante de uma “igreja” que não se dobra, é altiva, engessada, amargurada, vingativa, sem amor ao próximo, capitalista, emburrecida, instrumento de maldição não só a respeito da vida, mas de toda a terra. Choro por uma Igreja (aí sim com letra maiúscula), que tem sua referência no prédio e não no dia a dia. Choro pela ambigüidade construída nos corações (são uma coisa na “igreja” e outra fora dela) e choro pela falta de referência que temos e pela falta de exemplo de vida daqueles que se intitulam líderes.
O que fazer?
O que esperar?
O que fazer?
O que esperar?
Não me venham com uma resposta simplista como: A Palavra está se cumprindo. Diante mão já quero dizer que é muito mais do que isso.
Pare e pense
Wagner