domingo, 16 de maio de 2010

O DIABO NÃO É DE CARNE E SANGUE – MAS SEUS AGENTES SÃO.





Minha primeira experiência com demônios foi aos 13 anos. A empregada de uma namoradinha era possessa, e, uma vez, caiu e serpenteou ante nossos olhos estupefatos, enquanto produzia um chacoalhar de cascavel e emitia sons inumanos. E não havia dúvidas: era demônio. O reverendo Antonio Elias o repreendeu; mas eu fiquei atormentado com a experiência um bom tempo.

Ora, eu nascera numa casa na qual doença mental não era tratada com alienação. Havia loucos de vários tipos na casa de minha avó, desde sempre — pessoa que meu avô tomara como afilhadas, algumas delas nitidamente descompensadas ou surtadas mesmo. Isto sem falar no meu amado tio Lucilo, mano de minha mãe, que era esquizofrênico; e que viveu como tal a vida inteira, até a morte.

Assim, de algum modo, em meu coração eu sabia que o que acontecera com a empregada da Marcinha era possessão.

Depois esqueci de tudo, até o dia em que estava com uma menina dentro de um carro no antigo Píer de Ipanema, 1972, quando ela gritou: “O Anticristo nasceu! Aleluia!” — e disse isto com os olhos inflamados de alegria do inferno.

Ora, eu era doido, mas nem tanto. Larguei a moça no carro e fui embora a pé...

Dali em diante houve uma sucessão de episódios do mesmo tipo, em seqüência; pois, aonde eu ia alguém incorporava e vinha com “papos do diabo” para cima de mim. Até que eu mesmo, em julho de 1973, na noite de minha conversão, fiquei sob sujeição demoníaca; pois, tinha consciência de tudo à minha volta, mas, de fato, apenas assistia, posto que algo dominava todos os meus comandos, fazendo de um fantoche daquela força perversa que desejava me matar.

Daquele tempo em diante, embora tenha ficado amedrontado de inicio, logo me vi na linha de frente daqueles enfrentamentos; os quais passaram a ser diários, e, pelos quais, não apenas aprendi o que é uma possessão, uma sujeição demoníaca, uma opressão, ou quais e como são os estados híbridos, quando a possessão gera uma disfunção psíquica permanente (uma espécie de psiquismo de possesso); ou quando em razão de uma disfunção psíquica acompanhada de ódio ou baixa auto-estima, a pessoa evoluiu da doença mental para um estado de possessão simultânea.

Ora, isto sem falar nos inúmeros casos de doença mental que se fazem “condicionar” pela aparência aprendida pelo doente de como seria se manifestar como um possesso (que em geral são os “casos” de demônio que se vê nas “igrejas” e na tevê).

Na realidade fui aprendendo as sutilezas e as filigranas que separam um estado do outro; e, assim, pela Graça, fui discernindo como ajudar no caso de possessos, no caso de doentes mentais sofrendo de uma obsessão demoníaca; bem como fui aprendendo a perceber os “casos híbridos” e os casos da doença mental propriamente dita.

Entretanto, demorou um pouco mais para que eu identificasse o homem-diabo. Sim! Pois meu senso de humanidade e até de humanismo, me impossibilitavam de ver que o ocorrido a Judas é um fenômeno muito mais presente no mundo do que as pessoas acreditam.

Sobre o tema do Diabo Humano, escrevi faz uns poucos anos o seguinte texto aqui no site:
Jesus disse que viu Satanás caindo do céu. Ora, isto aconteceu enquanto os 70 discípulos enviados por Ele para pregar o Evangelho, curar os doentes, e anunciar o reino de Deus — iam de cidade em cidade, apenas levando quase-nada além de si - mesmos, porém inteiros de alegria e fé.

Paulo diz que na Cruz Jesus “despojou os principados e potestades espirituais, triunfando deles...” Já o Apocalipse nos diz que chegaria uma hora na qual Satanás seria lançado na Terra... Então se diz: “Ai da Terra e dos que nela habitam!”.

Pessoalmente creio que estamos vivendo existencial, psicológica, tecnológica, política, econômica, ecológica e espiritualmente — em dias apocalípticos!

Isto porque, além de todas as evidências esmagadoras que nos cercam como “fato-de-morte”, e que hoje são afirmadas não por profetas e videntes, mas por cientistas de todas as áreas —, temos algo mais sério ainda em curso; e que nenhuma ciência parece perceber a gravidade de morte que ela trás consigo.

Escrevendo a Timóteo, na segunda carta, Paulo diz no capítulo 3 que nos “últimos dias” os homens, para além de qualquer outra coisa, perderiam o afeto natural. E afirma que a morte da afetividade faria perecer com ela a reverência e a honra a pai e mãe; o que traria à reboque um estado de desafetividade que acabaria por produzir uma sociedade global feita de homens e mulheres implacáveis, egoístas, narcisistas, amantes apenas de si mesmos, e incapazes de aprender-apreendendo a verdade no íntimo; o que gestaria almas em crescente estado de auto-indulgência e uma quase total incapacidade de amar.

Ora, assim como em Jesus vai-se de glória em glória até a estatura do varão perfeito; no diabo se vai de desfiguração em desfiguração até ficarmos a cara de Satanás.
Tudo isto combina com o que Jesus disse ao se referir a estes “dias”; pois, Ele nos disse que “naqueles dias os homens odiariam, trairiam, e matariam uns aos outros...”; e afirmou que os “inimigos do homem seriam os de sua própria casa”; completando com a afirmação que diz que “por se multiplicar a iniqüidade”, o amor se esfriaria “de quase todos”.
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Assim, com o diabo caído na Terra e com fome de morte; e com os homens se tornando semelhantes a ele e cada vez mais dês-semelhantes de Deus — o futuro dos humanos é sombrio!
Na realidade, como não se pode estudar as ações do diabo na Terra (posto que o próprio diabo está limitado ao “fornecimento” de material espiritual, moral e cultural que a humanidade lhe oferece) — o que fica visível aos olhos não é o diabo no homem, mas sim o homem no diabo.
Sim, porque de fato o homem está virando diabo!

Cada vez mais o melhor modo de saber como é o diabo é olhando a humanidade. Isto porque o diabo (diabulos) é aquele que divide; e Satanás é aquele que se opõe; ou seja: é o adversário.

Ora, olhando para qualquer lugar da Terra e observando os humanos, tem-se que admitir que a humanidade existe cada vez mais em razão das divisões e das guerras de todas as formas e maneiras. Vivemos numa sociedade dividida e na qual o outro é o inimigo; e isto indo da religião, passando pelas relações humanas em geral (especialmente as que envolvem sexo, dinheiro e poder), e chegando ao mercado de trabalho; pois, o concorrente já nem mesmo tem que ser vencido; de fato ele tem que ser aniquilado.

Além disso, a morte da afetividade, do respeito aos mais velhos, da reverência aos pais, do amor dos pais pelos filhos, da fidelidade, da gentileza, das educações mais banais, da solidariedade, da honestidade, da dignidade pessoal, do respeito pela existência de qualquer que seja o próximo — foi o poder-ausência que criou essa humanidade da qual somos parte; e que é feita de diabos, quase em sua totalidade.

O espírito do diabo está tão presente e imanente na maioria das consciências humanas (e até naquilo que entre nós se chama de Direito, Justiça e Crença), que já não se deve praticar qualquer tipo de “batalha espiritual abstrata”, posto que os demônios estão andando ao nosso lado todos os dias, em todos os lugares; e não são espíritos invisíveis, mas cobertos de carne, pele e ossos...; e muitas vezes travestidos até de “cristãos”.

A tragédia “destes últimos dias” é que a humanidade vai perdendo a “imagem e semelhança de Deus”; e, dia a dia, vai se tornando mais e mais parecida com o próprio diabo.

Ora, isto não é algo que deve ser dito apenas aos distantes e diferentes... “de nós”. Não! Isto deve ser dito a nós mesmos; e dentro de nossas próprias casas, famílias, igrejas e governos; e também a cada forma de expressão humana que nos cerca; pois, em quase todas elas, vemos sutilmente os humanos ficando a cara do diabo; e isto sem que o percebamos.

Basta ver o que existe em você. Sim, procure por amor, perdão, graça, misericórdia, compaixão, reverência, gentileza, bondade, alegria simples, e também pela fé que opera pelo amor —; sim, dentro de seu coração busque tais coisas; e, não achando tais coisas enraizadas em você, olhe para os céus e peça misericórdia a Deus; e isto a fim de que você e eu não sejamos tragados pelo bafo do inferno que seca a umidade do amor no chão da alma humana.

Assim, o que disse há dois anos, desejo repetir hoje, pois, é-me impossível não ver as ações malignas e sutis do diabo — usando o diabo-crente; o crente-diabo; o pobre-diabo; e o crente-diabo-crente.

Sobretudo, vejo esse diabo-humano se manifestando como fomentador de ódio, intriga, invejas, suspeitas, e muita e muita infâmia.

De fato, se não nos dermos conta disso, mas, ao contrário, se tratarmos tais coisas com “inocência”, todos nós seremos tragados para dentro da fraternidade do diabo-humano, a qual é feita de mentira, engano e sentimentos afiliados ao ódio e ao ressentimento.

Nos últimos dois meses (como fazia tempo não sentia e via), tenho percebido forte ação e ataque do diabo. Para mim, entretanto, todos esses ataques espirituais ou humanos (porém carregados da mesma energia de maldade), são o que a minha mulher chama de “o estrebuchar do rabo da lagartixa morta”. É reflexo nervoso das trevas ante a constatação de que não brincaremos com nenhum das diversões do diabo: ódio, amargura, ressentimento, desconfiança, infâmia, mentira, e toda sorte de dissimulação e engano.
Assim, digo: o pior diabo é o diabo-humano; pois, o diabo-diabo é apenas o diabo, mas o diabo-humano é gente agindo e sendo como o diabo entre os humanos.

Neste caso, é deixar, como Jesus deixou... Nós, entretanto, que temos ou que venhamos a ter este discernimento, não podemos nos tornar sócios inocentes desse diabo que se faz homem na maldade dos humanos desumanizados.

Lembre isto hoje, amanhã e sempre!

Nele, que nos disse como seria..., a fim de que não nos tornássemos o que não fomos criados para ser,

Caio

15 comentários:

  1. E aí wagnão, como vão as coisas?

    este texto do Caio é muito interessante. De tudo que ele disse e de todas as metáforas que ele usou, eu só incluiria nessas metáforas, o diabo como um ser de fato, existente e feito a imagem e semelhança da teologia cristã.

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  2. E aí Eduardo

    Estou passando por dificuldade com a minha esposa. Ela esteve vários dias internada e ainda voltará, pois precisará ser operada.

    Coloquei o texto do Caio até pela dificuldade de encontrar até no hospital alguém solícito, e
    (com raras exceções), não se deixam usar pelo "diabo".

    Eu fico com o Caio quando ele diz: "Nós fornecemos o combustível para ele".

    O diabo das teologias é mais real do que qualquer outro produzido.

    Um abraço amigo

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  3. Wagner... imagino o que você está passando... e realmente é difícil suportar. Queremos identificar um ser humano nessas pessoas... mas não dá... é cansativo, frustrante, doloroso...

    Mas AINDA são humanos! Sim... apesar de tudo. São merecedores de perdão... não os encare como possessos... apenas como pessoas que precisam urgentemente conhecer o Amor que transcende qualquer limitação ética-cristão demonológica.

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  4. Julio,
    Valeu pelas palavras.

    O texto do Caio diz exatamente que são as pessoas que dão combustível para o mau.

    Esteja orando

    um abraço

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  5. Não sei não em Wagner a cada dia eu acho que como muitos dos pastores o Caio não acredita em tudo o que diz ou tem que dizer, ele deve fazer como os lideres que ensinam o que as pessoas precisam ouvir e não o que é a verdade, pois o que afinal de contas é verdade mesmo?

    Wagner não deu para eu dar um pulo ai, senti que não proveitoso no momento minha viagem, mas eu ainda vou este ano, me desculpe.

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  6. E aí amigo Gresder!

    Quem viu o Caio fazendo o sepultamento do próprio filho, pôde perceber que ele acredita muito no que fala.

    Estive por 2 anos com o Caio, e posso dizer que a impressão que tenho e completamente diferente.

    Se ele quisesse negociar com aquilo que ele acredita, estaria milionário.

    Um abraço

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  7. Eu acho que você não entendeu, nem mesmo Jesus “acreditava” em tudo o que falava, uma coisa é o que um líder fala. Outra é o que ele sabe o povo não poder entender, ou não ser proveitoso.

    Não se trata de má fé, mas de homens que sentiram o peso de lidar com crianças crescidas que para fazer o bem tem que acreditar em bicho papão

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  8. Gresder,
    Quem disse que Jesus não acreditava em tudo que falava?
    Não é preciso falar o que não se acredita e nem maquiar a verdade para falar da mesma, seja em que nível for.
    Que comentário mais sem nexo amigo. Se eu fosse voçê repensava o teu comentário.

    Um abraço

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  9. Nunca falei tão serio! Entre e o que Ele acreditava e o que Ele ensinava existe uma distancia grande. Saber o que Ele queria deixar para o mundo não é difícil, mas saber todo o processo de aprendizado, crescimento e formação intelectual de Jesus é quase que impossível. Para tal façanha o único material é a conjectura e a intuição.

    Somente Moises fez algo semelhante, deu uma imagem ao Deus invisível, deu uma cor ao deus incolor, deu sentimentos ao impassível, deu vontade a energia “impessoal” que gera a vida, deu uma voz aquele que não fala, apenas sussurra, e tornou conhecido o eterno Deus Desconhecido.

    A mentalidade dos discípulos era muito fraquinha para poder saber o que se passava na cabeça de homem de intuição tão poderosa que assumiu por si dar uma nova cara e boca ao Deus que não tem cara, apenas “olhos”.

    Ou não? Ele veio pronto do céu? Ele disse tudo o que sabia? Ele acredita em céu e inferno e fim do mundo? Não! Ele não tinha certeza disso! Mas olhou para o povo rejeitando pelos religiosos e sentiu compaixão, e deu para eles a esperança irracional do seu coração.

    Como eu sei disso? Jantei com Ele ontem!

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  10. Gresder!
    Cadê o teu comentário?
    Postei em outra máquina e desapareceu.

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  11. Vamos por parte.

    Não concordo de maneira nenhuma com o primeiro parágrafo. Jesus ensinava de maneira simples, e não precisamos entender o processo de aprendizado de Jesus. Para que? Nunca vi uma coisa tão doida.

    Engrassado, você fala de Moisés? Provavelmente ele nem existiu, e se tiver existido, não escreveu nada do que está escrito. Como alguém que não escreveu pode ter dado imagem e sentimento a Deus?

    Deus tem olhos? A mentalidade dos discípulos era fraquinha? Servir a alguém naquela realidade, naquele momento histórico? Eles se preocupavam com outras coisas e não com Deus.

    Ou não? Não! Veio pronto? depende do ponto de vista. Disse o que sabia? Claro! Céu? Ele nunca prometeu isso a ninguém. Inferno? Existe? Como Ele pode acreditar então?

    Você jantou sozinho, e enganado pela própria mente achou que fosse alguém. Talvez Ele nem tenha ressuscitado. Como pode ter jantado com Ele?

    Mesmo assim, respeito a tua fé.

    Um abraço

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  12. Wagner, primeiramente quero aqui externar a minha preocupaçáo com sua esposa. Como ela esta?? Podemos fazer alguma coisa???


    Em segundo lugar, eu morri de rir de seu debate com o GRESDER, vou apenas ficar aqui sentadinho no sofá comendo pipoca e vendo o que vai dar, se é que vai dar alguma coisa. Hehehehehe

    GRESDER jantando com Jesus?? Céus!!! Precisamos urgentemente internar este garoto no hospício, pois ficou agora de vez louquinho da silva. Kkkkkkkkkkkkkkkkk

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  13. Wagner, receba aí minhas considerações à sua esposa. Depois vou de tar uma ligada.

    Rapaz, eu também não vou entrar nessa discussão de vocês não rssssss

    ...não agquentei.

    Gresder, não creio que dê para inferir que Jesus pregava uma coisa e acreditava em outra. O máximo que você poderia dizer era que ele ensinava o que cria da forma mais simples possível o que deixaria por certo, muitas complexidades espirituais sem serem totalmente percebidas.

    "tenho muito a vós falar...ainda não estão preparados..."

    E que heresia é essa de Moisés não ter existido? quem abriu o mar vermelho???

    heeee

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  14. Que Moises existiu eu não duvido, a questão é que o miserável pois a casa em ordem depois de ver que não iria dar conta do recado subiu no monte e zarpou de volta para o deserto para morrer de sede e fome como os antigos sábios e samurais que decidiam quando morrer.

    Isso porque ele precisava que se criassem mitos em torno de sua partida para divinificar sua legislatura.

    Isso é, ele só morreu porque não queria viver mais mesmo, pois aquele maldito deserto ele conhecia de ponta a ponta a sabia muito bem em quais dias e lugares o anjo descia regularmente para abrir o mar. Afinal de contas quarenta anos antes no deserto era o suficiente para ele conhecer o terreno mais tarde nos outros quarenta anos para ele enterrar aquela turma toda que “viu” os milagres sobrenaturais.

    Como eu sei disso? Moises juntamente com o outro espertalhão o Elias, foi trasladado no temo e apareceu hoje de madrugada em frente a minha janela aonde eu dormia.

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  15. Que maluco! hahaha

    Essa eu só consegui ficar rindo.

    Vou pedir ajuda aos universitários,Marcio e Eduardo.

    Apareceu de madrugada na tua janela? O Marcio está correto quando disse para te internar.

    Um abraço

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