segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Que Pode Estar “Oculto” em Nosso Culto


O Que Pode Estar “Oculto” em Nosso Culto


O movimento “herético” de Jesus revela como a nossa espiritualidade se tornou uma casa de insensibilidade. Muitas vezes é assim que fazemos com nossas mazelas. Colocamos cascas de espiritualidade por cima até que não mais a sintamos, mas elas continuam por ali. Por baixo dessas cascas de culto escondemos nossas misérias, nossos medos e tristezas. Não era apenas a mão daquele homem que estava atrofiada, o coração de todos também sofria de atrofia.
Entramos e saímos dos cultos e não lidamos com as coisas mal resolvidas da nossa vida. Entramos e saímos da igreja e não trazemos à tona nossos medos. Entramos e saímos do ambiente da nossa espiritualidade e nossa alma continua doente. Adoecemos um pouco mais para escamotear o que já é patologia.
O nosso culto, em vez de ser o lugar onde trazemos à superfície nossas mais profundas carências, torna-se o modo como perdemos a sensibilidade, o artifício para esconder nossas verdades.
Há mais o que revelar. Jesus faz o movimento inverso ao que tornou o culto uma anestesia da vida. Ele desconstrói a religião da insensibilidade. Ao quebrar o encantamento doutrinário, Jesus nos lembra que a questão do culto não é a perpetuação da religião, mas da vida. O homem doente esta no meio do culto. Porém a preocupação dos freqüentadores é uma só: que a religião da insensibilidade perpetue.
É muito fácil fazermos isto com o nosso culto, trabalharmos pelo andamento do rito. Esperamos que o louvor seja bem-sucedido, que quem dirige o culto o faça com presença de espírito, que o pregador seja eloqüente, que a igreja seja organizada e eficiente, que o templo esteja bem equipado. Preocupamo-nos mais com o bom andamento do culto do que com o nosso encontro com Deus. Torcemos mais pela eficiência da igreja do que promovermos a vida do irmão. Esperamos mais que o pregador seja contagiante e agradável do que trazermos nossas atrofias interiores à presença de Deus. Quando agimos assim, nossa grande busca deixa de ser pela vida em Deus para se tornar uma busca pelo melhor culto.
Jesus coloca o homem no centro e faz uma pergunta que descasca o culto: “O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou matar?” (Mc 3.4). Com estas questões, mostra que a pergunta legalista do culto, pelo que é certo ou errado, é falsa. A pergunta que faz sentido para nossa espiritualidade é uma questão de vida ou morte: salvar a vida ou matar.
A vida é ameaçada o tempo todo, é colocada no canto e a disputa doutrinária no centro, nossa espiritualidade transforma o ambiente numa ficção. Eis que todo ambiente legalista é: A ficção que arranja as tralhas da vida.

Salvos da Perfeição
Elienai Cabral Jr.

Que bom se fizéssemos uma introspecção.
Wagner

domingo, 30 de agosto de 2009

Conselhos de Quem Aprendeu Com a Vida

Conselhos de Quem Aprendeu Com a Vida


O autor de Eclesiastes vem construindo seu conceito antropológico aos poucos: “tudo o que existe já recebeu nome, e já se sabe que o homem é”. E o que o homem é? O homem é pó. Foi assim que ele definiu o homem: O homem é pó! Todos vão para o mesmo lugar; vieram todos do pó, e ao pó todos retornarão.
Ele está dizendo em auto e bom som. “Meu amigo, você não é nada, não passa de pó”. E prossegue dizendo que, antes de pensar em si mesmo, de sonhar em existir, o Deus criador já havia estabelecido o que a pessoa deveria ser. O autor de Eclesiastes não está se referindo ao destino de um indivíduo, mas ao destino da essência humana, o que o ser humano é.
O autor acredita que muito falatório, tentativa de debates só trazem embaraços à mente humana: quanto mais palavras, mais tolices. É como se estivesse dizendo: “Meu amigo, feche a boca, assuma sua condição. Você não é nada, você é pó, foi Deus quem decidiu isso e não adianta discutir com ele”. Deus fez os homens justos, mas eles foram em busca de muitas intrigas.
O autor de Eclesiastes começa afirmando a limitação humana e termina afirmando a grandeza de Deus. É entre esses dois marcos que agente tem que viver. Quem sabe o que é bom para o homem, nos poucos dias de sua vida vazia, em que ele passa como uma sombra? Quem pode nos ensinar a viver entre as limitações humanas e a grandeza de Deus? Onde podemos encontrar um mapa para a longa jornada de travessia através desse mundo sem sentido? O autor assume essa pretensão: “tudo isso eu examinei mediante a sabedoria e disse: “Estou decidido a ser sábio”.
Diante disso temos cinco conselhos:
1 – Estamos diante do imutável, pois há coisas na vida que nunca vão mudar, e não adianta lutar contra Deus.
2 – Estamos diante do imponderável, pois poderá nos contar o que vai acontecer no futuro? Quem tem algum conhecimento, não apenas do tempo presente, mas também do tempo futuro? O futuro e o presente são, na verdade, imponderáveis.
3 – Estamos diante do incontrolável. Quem pode controlar o que Deus fez? Quando os dias forem bons, aproveite-os bem; mas, quando forem ruins, considere: Deus fez tanto um como o outro.
4 – Estamos diante do inconciliável. “Não seja demasiadamente justo nem demasiadamente sábio...”, seja um pouquinho injusto e um pouquinho tolo. Sabe porque? Se não for assim, nos destruiremos a nós mesmos.
5 – Estamos diante do incognoscível. A realidade é muito mais profunda e, por isso, ninguém terá capacidade de descobri-la nem de entender tudo.

Ed René Kivitz

A soberba de muitos será a sua própria destruição.
Pense nisso
Wagner

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O Fundamentalismo Cristão


O fundamentalismo Cristão


O fundamentalismo cristão admite a Bíblia como única autoridade para suas doutrinas e costumes. Afirma a autoridade exclusiva da Bíblia, sustentando que é a Palavra de Deus no sentido estrito do termo: provem diretamente de Deus, portanto livre de todo erro e de todo condicionamento. Para o fundamentalista, Bíblia, revelação e Palavra de Deus são sinônimos.
Para o fundamentalista, a afirmação da absoluta e da total inerrância e infalibilidade da Bíblia é de capital importância. Disso dependem em sua opinião, a autoridade de Bíblia e sua total confiança nela e, em última instância, em Deus mesmo. Quando se admite que a Bíblia contém erros – argumentam -, então não merece nossa total confiança como norma suprema, e não podemos estar seguros do que Deus quer de nós e para nós. Para o fundamentalista, o texto da Bíblia é a única norma objetiva (por ser escrita) que ele aceita, e essa norma vem de Deus mesmo, que a “ditou” aos escritores. Visto que tem Deus como seu autor, a Bíblia não pode ter erro algum, também, em matéria de história e ciência. Essa é a tese “fundamental” sobre a qual repousa a estrutura doutrinária do fundamentalismo.
Na realidade no entanto, o fundamentalismo não parte da Bíblia mesma, embora afirme insistentemente que o único fundamento é a Bíblia. De fato parte de uma idéia a respeito da Bíblia: a idéia de que a Bíblia é o que foi “ditado” por Deus, portanto, livre de todo erro possível, e de que é a palavra de Deus dirigida a ele e que é inalteravelmente válida como está escrita, para todos os séculos. Obviamente, para o fundamentalista, sua interpretação da Bíblia a única válida e legítima, e, portanto, toda outra interpretação tem de ser errônea.
O fundamentalismo, que é característico de certos ramos do protestantismo, e que se encontra em alguns “círculos de estudo Bíblico”, é eminentemente doutrinário a partir de seu fundamento, e não permite o questionamento crítico. Esta seguro no compreender a Bíblia corretamente e de possuir a verdade, que é incapaz de escutar ou de ler estudos críticos sobre a Bíblia (a menos que o líder aprove), desqualificando-os como ímpios, racionalistas, prejudiciais para a fé. Qualquer questionamento é imediatamente rejeitado com a acusação que se está negando que a Bíblia é a Palavra de Deus. O fundamentalista é simplesmente incapaz de discutir a respeito da Bíblia. Lê a Bíblia como um manual de doutrinas, especialmente éticas, e estas são válidas para todos os tempos. E por isso mesmo, não leva em conta questões de gênero e composição literário, de situações históricas e culturais, de tradições orais e etc. Não está consciente (ou nega) que se trata de um texto literário composto na antiguidade. Quando se trata de uma narração tende a entende-la como história, sem distinguir mito, lenda, saga, epopéia. Em poucas palavras, o fundamentalista crê que sua interpretação da Bíblia corresponde a sua intenção original, que é a de Deus, não a dos homens e por isso, rejeita toda interpretação que seja produto de estudos críticos.
O fundamentalista não admite que tenha havido evolução, aprofundamento, adaptação da Palavra de Deus, quer dizer, não admite a tradição como processo de interpretação e de atualização (de vida!). Passa diretamente de Deus (autor) ao texto e deste ao presente, como se tivesse sido escrito ontem e aqui. O fundamentalista crê que suas idéias (ocidentais de hoje) são iguais às dos escritos bíblicos (palestinos).
Bíblia Sem Mitos
Pense e reflita
Wagner

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Na Casa de Meu Pai há Muitas Moradas


Na casa de Meu Pai há Muitas Moradas


O Capítulo 14 do Evangelho de João é muito mal interpretado. Na maioria das vezes as pessoas isolam o texto do seu contexto, não percebendo a simplicidade do mesmo. Isso acontece também quando pensamos sobre Maria Madalena. Muitos acreditam que ela era uma prostituta, sem a Bíblia nunca se referir a ela como tal. Nem sempre a interpretação dada pela ordodoxia está correta, mas sofreu influência que visavam interesses daquele momento histórico.
Vamos navegar no texto de João 14 e tentar entende-lo? Vamos?
Em primeiro lugar a palavra grega para morada no versículo 2, só se encontra no versículo 23 do mesmo capítulo. A primeira pergunta que podemos fazer ao texto é: Se morada no versículo 2 é literal, e se for interpretado como uma casa literal, como conciliar com o versículo 23 que não é uma casa física mais espiritual? O versículo 23 fala do nosso corpo como morada de Deus. É importante verificar que o versículo está no plural “viremos para ele e nele faremos morada.” Como isso aconteceria? Jesus precisava ir para o Pai para (preparar lugar) que o outro consolador (Espírito Santo) viesse. Foi isso que ele foi preparar, e não outra coisa que ainda não estava pronta no céu. O fato de estar no plural é importante porque Jesus também volta para morar em nós, mostrando o que realmente ele queria dizer "vou e volto"
Os versículos estão todos na primeira pessoa mostrando que Jesus se referia a ele mesmo vindo morar em nós. Como ele viria morar em nós se não fosse pela vinda do outro consolador?
É fundamental lembrarmos do fato que para a teologia de Paulo, casa do Senhor, morada de Deus, pedras vivas, colunas do templo, somos nós e não algo físico.
O texto grego não tem divisória. Na tradução de João Ferreira, colocaram uma divisória entre os versículos 14 e 15, atrapalhando muito a interpretação.
Os primeiros versículos claramente introduzem sobre o assunto morada do Espírito, que será explicado nos versículos seguintes. Vamos ver?
No versículo 3 ele diz: E se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também.
No versículo 4 ele diz: Vós conheceis o caminho para onde eu vou.
No versículo 17 diz: o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê e nem o conhece. Mas vós o conheceis, pois habita convosco, e estará em vós.
No versículo 18 diz: Não vos deixarei órfãos, virei para vós.
Note que ele está falando do Espírito habitando em nós, usando o verbo na primeira pessoa.
O versículo 23 diz: Se alguém me amar, guardará a minha palavra. Meu pai o amará, e viremos para ele e nele faremos morada. Veja: Mais uma vez ele usa o verbo na primeira pessoa para falar do nosso corpo como morada, e ainda fala no plural, significando que ele também viria morar em nós. Se ele também estaria em nós, e claro que a onde ele estiver, nós estaremos, porque ele habita em nós.
Veja que tudo isso aconteceria com eles vivos, segundo os versículos 25 e 29. Eles veriam acontecer. Se fosse algo no céu, como eles poderiam ver?
25 – Tenho-vos dito isto, estando convosco.
29 – Eu vos disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.

O que quer dizer “A casa do meu pai tem muitas moradas”
Casa é a plenitude da igreja. Somos pedras vivas, colunas do templo e etc. A igreja invisível está a cada dia fazendo com que essa casa alcance essa plenitude.
As moradas são todos aqueles em que o Espírito habita individualmente, já que a própria carta de Paulo aos Coríntios diz que nós somos essa morada, e que o Espírito Santo habita em cada um de nós.

Que cada um de nós reflita.
Wagner

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

HOMEM: FE-DOR OU PERFUME?


HOMEM: FE-DOR OU PERFUME?



Uma das maiores dificuldades do homem reside na área da auto-percepção.
Os cientistas nos dizem que se nos mesmos nós dissociássemos de do ponto de vista sensorial, e, assim, fossemos Capazes de sentir o nosso próprio cheiro, não suportaríamos o odor de nosso mal-cheiro, visto que, na Terra, apesar de nossos banhos e perfumes, em razão de todo o lixo variado e diversificado que comemos e bebemos, somos as criaturas mais fétidas do planeta.
E como assim é com o nosso próprio cheiro, sentimos que não, o é com nossa auto-imagem; com nossa auto-audição, e com nossa auto-imagem, sem falar que se não nos enxergamos a nós mesmos, e se não sentimos o nosso próprio cheiro e nem nós mesmos nos um ouvimos, é ainda pior a nossa condição ao pensarmos que vemos, entendemos e discernimos o nosso próximo, especialmente os mais próximos.
Sim! Do mesmo modo como nossa proximidade de nós mesmos impedem que sintamo nosso próprio cheiro, do mesmo modo, a proximidade do próximo mais próximo, muitas vezes, nos impedem completamente de enxergá-lo e ele, a nós.
Daí os inimigos do homem quase sempre virem de dentro de sua própria casa!
Ora, o saber é que assim já é vantagem grande, pois, de fato, nos põe no caminho da verdade e da realidade e, desse modo, nos faz mais Receptivos ao que nos outros possamos ver um espelhado nosso respeito.
O que os outros, no entanto, mais uma espelham nosso respeito, não é o que dizem sobre nós, ou pensar sobre nós POSSAM.
Não! O outro se torna nosso espelho por aquilo que nós não gostamos nele.
Sim! São as coisas que nós mesmos confessamos não gostar nenhum outro as coisas que, muitas vezes, Revelam significativamente a mesma realidade presente em nós, com outra cara, ou, ainda, nossa maior luta, ou uma das maiores, posto que o outro que nenhum me indigna, certamente é aquilo que importa muito em mim.
Ora, quem, pela revelação da Graça, discerniu sua Queda, e, assim, também aprendeu a discernir seu próprio mal-cheiro e odor, consequentemente não andará mais achando alguma coisa ou alguma pessoa mal-cheirosa neste mundo.
Quem sente seu próprio cheiro já não julga alguma coisa como sendo mais mal-cheirosa do que a si mesmo.
Por isto Paulo diz:
"Não há maior pecador do que eu!"
Afinal, ele foi dos poucos que aprendeu a sentir seu próprio odor natural.
Ora, também nasce o oposto de tal constatação na Graça.
É porque conheço o meu próprio mal-cheiro, e sei acerca da incurabilidade dele, alternativa, sem que, me rendo ao cheiro de Deus, à justiça de Cristo, e, assim, me torno bom perfume de Cristo no mundo.
Mas nem isto será bom-cheiro para todos. Afinal, até nosso fedor é sentido por nós como bom-cheiro.
Por isto, não é de admirar que os sentidos adoecidos sintam o bom perfume de Cristo no próximo, e, ainda assim, diga: "Sai pra lá, seu nojento!"

Nele, que na Palavra e na vida assim me ensina,
Caio


Se não fosse a graça de Deus!
Bom seria que todos nós soubéssemos discernir a nós mesmos e não somente os outros.
Wagner

sábado, 15 de agosto de 2009

Um Girassol Diante de Um Deus Sem Máscaras







A máscara é uma maneira de se defender, de se proteger. Diariamente usamos máscaras. A mentira é uma máscara; o sorriso forçado é uma máscara; as boas maneiras para conquistar pessoas são máscaras; passar fome em casa e aparecer na rua super bem-vestido, e não sabemos quantas coisas, são máscaras que usamos.
Em tudo há uma hipocrisia, há falta de autenticidade e até pode haver uma maldade nisto. Mas, maldade maior é colocar máscaras em Deus, é fabricar, construir um deus mascarado para nós. Como nós com certa facilidade vivemos com máscaras, achamos que é fácil mascarar Deus.
Jesus Cristo é a face de Deus sem máscara. Em Cristo vemos e sentimos a pureza de Deus, a verdade de Deus. Ali está o Deus feito homem, imagem pura da verdade, do amor, da simplicidade, o nosso Deus como Ele É.
Quem leu o Evangelho de Cristo não pode ficar parado, não pode deixar de lutar para tirar as máscaras que os homens colocaram em Deus.
O cristão que vive sua religião cheia de preconceitos, de promessas, de culto só aos domingos, de fé sem vida, está mascarando Deus. Os cristãos que fazem de Deus um médico, um milagreiro a toda hora, que pela benção de um "pastor"alguém ficou bom de uma úlcera e que então Deus "operou"maravilhas, quando sabemos que 80% das doenças são de fundo psicológico, estão então colocando máscaras em Deus. Um deus que utiliza "bons e maus espíritos"para destruir as pessoas seria um deus fantoche que está brincando com suas criaturas humanas. Esse deus mascarado é quem produz na humanidade os ateus, e eles têm razão de serem o que são. Num deus assim dessa maneira, nem nós cremos.
É horrível olhar uma fotografia mal tirada em que nem é possível reconhecer-se. Dizemos: "Não, esse cara não sou eu?". Assim Deus estará dizendo e gritando para essa humanidade:"Eu não sou esse deus que vocês estão fabricando ao seu modo. Eu não sou um deus a quem se precise sempre gritar para se fazer ouvido; Eu estou no meio de vocês. Leiam o meu Evangelho e encontrarão amor, simplicidade, vida, bondade e justiça. Há só um laço que vos une diretamente a mim: O Amor!".

Damasceno Penna

Muito Bom
Wagner

Os Fariseus Somos Nós



OS FARIZEUS SOMOS NÓS!


Para compreender de forma acurada os fariseus é a relevância pessoal deles. Os fariseus fornecem um dos melhores espelhos que a Bíblia nos apresenta para que vejamos ali nosso “eu” religioso exatamente da forma que somos. Isso mesmo, os fariseus somos nós!
Quando os fariseus são os principais antagonistas na cena com Jesus, normalmente assumimos a perspectiva de observadores imparciais. Não sentimos que podemos nos identificar com eles. Entretanto, o poder do texto aumenta dez vezes quando vemos a nós mesmos nos fariseus, os inimigos mais ferozes de Jesus, mas também os que ele amava profundamente. Se entendermos corretamente o ataque que Jesus desferiu à tradição, a forma que esmagou seu sistema, como destruiu as cercas que eles ergueram, como expôs a insinceridade velada deles, é fácil perceber de que maneira esse grupo passou a desprezá-lo. Provavelmente, faríamos o mesmo se Jesus visitasse as igrejas hoje. Nossas sensibilidades e reações religiosas são mais parecidas com as dos fariseus do que gostaríamos de admitir.
O motivo principal por que precisamos entender corretamente os fariseus diz respeito ao nosso desenvolvimento espiritual. O crescimento espiritual começa com um senso de desesperada necessidade no mais íntimo de nossa alma. Descobrimos, por intermédio do Espírito de Deus, que não somos quem pensávamos que éramos. Estamos falidos espiritualmente e precisamos desesperadamente da ajuda de Deus.
Os fariseus são espelhos espirituais divinos que fazem refletir a condição do nosso coração. Qual seria nossa aparência se não tivéssemos espelhos. Não prestaríamos atenção a nossa aparência desmantelada. Por fim, acabaríamos por nos convencer, simplesmente por ignorar a realidade, que nossa aparência está boa quando, na realidade, não está. Precisamos olhar no espelho espiritual dos fariseus e nos ver ali.
Quando nos vemos como os fariseus, ficamos perplexos. Começamos a reconhecer que os pecados secretos que conseguimos esconder dos outros não eram menos maléficos que os pecados flagrantes de meus iguais. Fazia, quase instintivamente, a coisa certa, mas não me tornava mais justo. Embora o comportamento melhore, ficaríamos horrorizados se alguém tivesse o poder de ler o que se passa em nossa mente. Conseguiríamos banalizar o cerne da mensagem cristã, e nos considerar justos, exatamente como os fariseus.

Será que não estamos convencidos?
Será que precisamos de espelhos?

Pare e reflita

A Neurose da Religião
Tom Hovestol


Wagner

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Transcendência-Imanência-Transparência



Transcendência-Imanência-Transparência

Não há tradição cultural que não se refira a um Princípio criador ou a uma Energia originária ou simplesmente a Deus. A grande questão é como expressar essa Realidade. Aqui mais que os teólogos que falam sobre Deus contam os que falam com Deus como os místicos e os profetas, cujo testemunho não pode ser negado. Na história do pensamento se delineiam três maneiras de falar com referência a Deus. A primeira fala de transcendência. Deus é tão outro que tudo o que dizemos dele é mais mentira que verdade. O melhor é calar ou apenas sorrir amavelmente como Buda. A segunda fala de imanência. Deus é experimentado de forma tão intensa que ele se anuncia em cada coisa. Assim vem enraizado dentro do mundo. E é chamado por mil nomes. A terceira fala de transparência. Busca um caminho intermédio. Deus não pode ser tão transcendente, pois se assim fosse, como saberíamos dele? Ele deve ter alguma relação com o mundo. Anunciar um Deus sem o mundo, faz fatalmente nascer um mundo sem Deus. Também não pode ser tão misturado com as coisas que acaba sendo uma parte deste mundo. Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe. Ele é o suporte do mundo não porção dele. É aqui que tem sentido a transparência. Ela afirma que a transcendência se dá dentro da imanência sem perder-se nela, caso contrário não seria realmente transcendência. E a imanência carrega dentro de si a transcendência porque comparece sempre como uma realidade aberta a intermináveis referências. Quando isso ocorre a realidade deixa de ser transcendente ou imanente. Ela se faz transparente. Encerra dentro de si a imanência e a transcendência. Tomemos o exemplo da água. A água é água, jorrando da fonte (imanente). Mas é mais que água. Simboliza também a vida e o frescor (transcendente). Ao transformar-se em símbolo de vida e frescor, a água se torna transparente para estas realidades. E o faz por ela mesma e nela mesma. Essa talvez seja a forma mais sensata de falar sobre Deus e a partir de Deus. Na forma do paradoxo. Por um lado devemos afirmar que todas as nossas palavras são inócuas. De Deus não podemos fazer nenhuma imagem. Por outro lado, não podemos dizer que Deus é o totalmente indeterminado, qualquer coisa vaga, um fundo sem fundo. A realidade de Deus (não sua imagem) é um concreto concretíssimo, o ser em plenitude, portanto uma realidade concreta mas sempre para além de qualquer concreção. É representado pela água mas ele não é água. Identificar água e Deus é cair na idolatria. Nesse paradoxo a transparência ganha relevância. Ela faz que o inatingível (transcendência) se torne atingível através e dentro de algo concreto (imanência), mas transfigurado-o em símbolo (transparência). É o que o cristianismo afirma de Jesus. Ele é um camponês/artesão mediterrâneo (imanente) mas que viveu de tal modo (transparente) que nos permitiu entrever Deus (transcendente). "Quem vê a mim, vê o Pai". Como? Na forma como se dirigia a Deus, chamando-o de Paizinho querido (Abba), o que supõe que se sentia seu filho. Depois, agindo de um jeito que sua existência era uma pró-existência, vida para os outros, especialmente, os últimos e desprezados. O que disse e fez, foi para nos induzir a ter a mesma atitude que ele teve. Assim descobriremos que somos também filhos e filhas, em comunhão com ele. Ele se fez transparente para Deus, não rebaixando os que vieram antes dele, mas radicalizando seu dinamismo, tornando-se um ponto referencial. Deus, então, está no mundo mas para além dele.

Leonardo Boff

domingo, 9 de agosto de 2009

Cuidado com as normalidades do mundo…


Cuidado com as normalidades do mundo…

Sim, pois no mundo a vida é um morrer de descuido e de descaso...
Portanto, seguir a normalidade da vida segundo o mundo, de fato é entregar-se ao fluxo dos que vão na avalanche pensando que o abismo não chegará nunca...
A normalidade do mundo é doença segundo Deus...
Tal é a normalidade do mundo que pelo voto se pode escolher Barrabás...

No mundo um homem que salve uma vida em situação de por a sua própria em risco, é um herói; enquanto aqueles que vivem todos os dias salvando vidas, são apenas pessoas que fazem isso...
No mundo..., poder é domínio sobre outros...
No Evangelho..., poder, antes de tudo, é controlar a si mesmo.
No mundo a inveja faz os homens quererem crescer segundo o mundo...
No Evangelho, por exemplo, o que move um homem na vida deve sempre ser o amor que a ninguém inveja, e que é contente em ser quem é...
O mundo diz que o Grande é o quantificável...
O Evangelho diz que o quantificável é nada, pois o que É não é mensurável...
O mundo diz que odeia o ódio, mas odeia sempre com mais ódio ainda aqueles sobre os quais são impostas as certezas de “eles” serem os promotores do ódio...
No mundo quem não aceita um desafio é covarde...
No Evangelho aquele que aceita um desafio é tolo...
O homem do Evangelho nunca deve aceitar desafios de outros, mas apenas andar segundo sua própria superação em amor sábio.
Entretanto, no mundo é normal dar segundo se recebeu...
A toda ação corresponde uma reação equivalente, advoga o mundo, seguindo como sabedoria para a vida a Lei da Gravidade e das forças das pedras e dos projéteis...
No Evangelho... à cada ação que incida sobre nós, deve haver uma ponderação...; e, então, depois, a escolha do curso de caminho que seja o nosso próprio caminho, e não um andar tangido pelo pastoreio dos impositores de caminhos e veredas desviados...
Na normalidade anestesiada do mundo, todo sucesso é prisão e mais escravidão ainda ao sucesso como deus...
No Evangelho todo verdadeiro sucesso liberta a pessoa da escravidão do sucesso segundo o mundo.
O mundo do qual falo é apenas um: esse feito de ideologias, grifes, objetivos e cronogramas de alcance de alvos bem materiais e terrenos... Sim, o mundo do qual falo é esse ente sem dono humano aparente, mas que controla todas as nossas decisões, dando-nos a ilusão de livre arbítrio...
Ora, nesse mundo pode-se odiar quem nos odeia; pode-se antipatizar gratuitamente; pode-se tudo o que se pode...; exceto matar... [exceto nas exceções convencionadas] ou roubar [a menos que se evite ser “pego”].
No mundo é normal ser aflito, angustiado, preocupado, desejoso, insatisfeito, sempre em busca de algo, sempre se medindo por outros, sempre na Maratona das Comparações...
No mundo o normal é consumir...
Portanto, tome cuidado; pois ser normal segundo o mundo é fazer-se louco diante de Deus e da vida que é.
Não esqueça nunca que a única normalidade já vista em um homem está no Filho do Homem.
Pense nisso!

Caio


Como sempre, bom para nossa reflexão

Wagner

sábado, 8 de agosto de 2009

SEM CONTABILIDADE




SEM CONTABILIDADE



Uma pessoa tinha comprado casas centenárias, onde cada morador havia pintado a casa de acordo com o seu gosto. Assim, ele não queria pôr vestido novo sobre vestido velho. Foram necessárias varias raspagens, para que a parede original aparecesse. Nós. Casas. Vão-nos pintando pela vida a fora até que memória não mais existe do nosso corpo original. O rosto? Perdido. Máscaras de palavras. Quem somos? Não sabemos. Para saber é preciso esquecer, desaprender. Nós só vemos aquilo que somos. Ingênuos, pensamos que os olhos são puros, dignos de confiança, que eles realmente vêem as coisas tais como elas são. Puro engano. Os olhos são pintores: eles pintam o mundo de fora com as cores que moram dentro deles. Olho luminoso vê mundo colorido; olho de trevas vê mundo negro. Nem Deus escapou. Mistério tão grande que ninguém jamais viu, e até se interditou aos homens fazer sobre ele qualquer exercício de pintura, segundo mandamento, ”não fará para ti imagens”, tendo sido proibido até, com pena de morte, que seu próprio nome fosse pronunciado. Mas os homens desobedeceram. Desandaram a pintar o grande mistério como quem pinta a casa. E, a cada nova demão de tinta, mais o mistério se parecia com a cara daqueles que o pintavam. Até que o mistério desapareceu, sumiu, foi esquecido, enterrado sob a montanha de palavras que os homens empilharam sobre o seu vazio. Cada um pintou Deus do seu jeito.Disse Angelus Silesius: o olho pelo qual Deus me vê é o mesmo olho através do qual eu vejo Deus. E assim Deus virou vingador que administra um inferno, inimigo da vida que ordena a morte, eunuco que ordena a abstinência, juiz que condena, carrasco que mata, banqueiro que executa débitos, inquisidor que acende fogueiras, guerreiro que mata os inimigos, igualzinho aos pintores que o pintaram.E aqui estamos nós diante desse mural milenar gigantesco onde foram pintados rostos que os religiosos dizem ser rostos de Deus. Deus não pode ser assim tão feio. Deus tem de ser bonito. Feio é o cremulhão, o cão, o coisa-ruim, o demo. Retratos de quem pintou, isso sim. Menos que caricatura. Caricatura tem presença. Máscaras. Ídolos. Para se voltar a Deus, é preciso esquecer, esquecer muito, desaprender o aprendido, raspar a tinta.Os que não perderam a memória do mistério se horrorizaram diante dessa ousadia humana. Denunciaram. Houve um que gritou que Deus estava morto. Claro. Ele não conseguia encontrá-lo naquele quarto de horrores. Gritou que nós éramos os assassinos de Deus. Foi acusado de ateu. Mas o que ele queria, de verdade, era quebrar todas aquelas máscaras par poder de novo contemplar o mistério infinito.Outro que fez isso foi Jesus.”Ouviste o que foi dito aos antigos; eu porem vos digo...” O deus pintado nas paredes do templo não combinava com o Deus que Jesus via. O deus sobre o que ele falava era horrível às pessoas boas e defensoras dos bons costumes. Dizia que as meretrizes entrariam no reino à frente dos religiosos. Que os beatos eram sepulcros caiados: por fora brancura, por dentro fedor. Que o amor valia mais do que a lei. Que as crianças são mais divinas que os adultos. Que Deus não precisa de lugares sagrados – cada ser humano é um altar, onde quer que esteja.Ele fazia isso de forma mansa. Contava estórias. Uma delas, os pintores de parede lhe deram o nome de Parábola do Filho Pródigo. É sobre um pai e dois filhos. Um deles, o mais velho, todo certo, de acordo com o figurino, cumpridor de todos os deveres, trabalhador. O outro, mais novo, malandro, gastador irresponsável. Pegou sua parte da herança adiantada e se mandou pelo mundo, caindo na farra e gastando tudo. Acabou a dinheiro, e veio à fome, foi tomar conta de porcos. Aí se lembrou da casa paterna e pensou que lá os trabalhadores passavam melhor do que ele. Imaginou que o seu pai bem poderia aceitá-lo como trabalhador, já que não merecia mais ser tido como filho. Voltou. O pai o viu de longe. Saiu correndo ao seu encontro, abraçou-o e ordenou uma grande festa com música e churrasco. Para os pintores de parede a estória poderia ter terminado aqui. Boa estória para exortar os pecadores a se arrepender. Deus perdoa sempre. Mas não é nada disso. Tem a parte do irmão mais velho. Voltou do trabalho, ouviu a música, sentiu o cheiro do churrasco, ficou sabendo do que acontecia, ficou furioso com o pai, ofendido, e com razão. Seu pai não fazia distinção entre credores e devedores. Fosse o pai como um confessor e o filho gastador teria, pelo menos, de cumprir uma penitência.A parábola termina num diálogo suspenso entre o pai e o filho justo. Mas o suspense se resolve se entendermos as conversas havidas entre eles. Disse o filho mais moço ao pai: ”Pai, peguei o dinheiro adiantado e gastei tudo. Eu sou devedor e tu és credor”.Respondeu-lhe o pai: ”Meu filho, eu não somo débitos”.Disse o filho mais velho ao pai:”Pai, trabalhei duro, não recebi meus salários, não recebi minhas férias e jamais me deste um cabrito para me alegrar com meus amigos. Eu sou credor, tu és devedor.” Respondeu-lhe o seu pai:”Meu filho, eu não somo créditos.”Os dois filhos eram iguais um ao outro, iguais a nós: somavam débitos e créditos. O pai era diferente. Jesus pinta um rosto de Deus que a sabedoria humana não pode entender. Ele não faz contabilidade. Não soma nem virtudes nem pecados. Assim é o amor. Não tem porquês. Sem razões. Ama porque ama. Não faz contabilidade nem do mau nem do bem. Com um Deus assim, o universo fica mais manso. E os medos se vão. Nome certo para a parábola: ”Um pai que não sabe somar”. Ou: ”Um pai que não tem memória...”.


Ruben Alves


Nele,

Que não soma créditos e nem débitos.


Wagner

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Não Julgar Para Não Ser Julgado



Não julgar para não ser Julgado


Esta recomendação de Jesus tem sido mal interpretada. A maioria usa para refrear opiniões a respeito de outras pessoas. Contudo, não é isso que Jesus pretende. Na verdade, ele recomenda que se tenha opinião a respeito dos outros. Ele insiste na necessidade de observar e como chegar conclusões a respeito dos outros. E no mesmo texto que recomenda o não-julgamento, adverte que devemos tomar cuidado com os falsos profetas, que se aproximam disfarçados de ovelhas, mas que, na verdade, são lobos selvagens. Para discernir um lobo vestido de Ovelha é necessária boa observação. Somente quem presta atenção no outro consegue ver que ele é algo diferente do que pretende fazer parecer. Desmascarar é diferente de julgar. Desmascarar é necessário à sobrevivência espiritual. Seguir um lobo é perigoso. Cair na conversa de um Lobo e fatal. Lobos são letais. Julgar é estabelecer vereditos, determinar sentenças, prescrever penalidades. Julgar é prerrogativa divina. Observar para discernir e desmascarar e responsabilidade humana.
Existem alguns tipos de Pastores:
1 - "Lobos Pastores". Pastores corrompidos. Alguns conscientemente, outros Sinceramente enganados. Mas corrompidos na alma, na mente, no coração. Corrompidos No entendimento da verdade, na relação com o sagrado eo divino. Pastores de si mesmos. Homens que se utilizam da fé e do desespero alheios para alcançar seus próprios objetivos, servir aos seus próprios interesses, implementar sua visão particular, desenvolver seu projeto pessoal de poder, dinheiro e imoralidade de toda sorte. Homens que atuam nenhum ramo da religião, no segmento Evangélico, mas que estão absolutamente distante do evangelho de Jesus Cristo, distantes de sua mensagem, seu espírito, seu caráter, seus propósitos, seus valores, seus conteúdos mais profundos.
Oportunistas ou iludidos. Corrompidos do mesmo jeito.
2 - "Pastores ovelhas." Aqueles são lobos vestidos de Pastores. Estes são ovelhas vestidas de Pastores. Cristãos sinceros e dedicados que jamais deveriam ter sido investido de autoridade que acompanha a função pastoral, ou deveriam ter recusado os insistentes apelos das outras ovelhas. Homens que pretendem servir a Deus, e o fazem com integridade e sinceridade, que nunca foram separados, os quais nunca foram constituídos bispos.
3 - "Apenas Pastores" Foram chamados e vocacionados. Ouviram uma voz. Foram seduzidos, e ficaram seduzidos. O Senhor chamou que foi mais forte do que eles e prevaleceu. No entanto, na mesma intensidade com que se dedicam a Deus, são assolados pelas sombras do seu mundo interior ainda não está totalmente resolvido, não suficientemente redimido, não completamente curado e subjugado parcialmente em obediência à autoridade de Cristo Jesus.

Para não alongar, Fico por aqui, e que cada um Encontre onde se encaixar ou não.
Talvez nos encontremos em outros líderes não citados.
Pense nisso.

Outra Espiritualidade
Ed René Kivitz

Wagner

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A Fé Não é Muleta


A fé não é muleta

Uma das acusações mais comuns feitas à fé religiosa é que ela não passa de uma muleta para pessoas fracas demais para erguer o corpo e encarar a vida. “A religião é boa para aqueles que precisam de uma muleta para enfrentar a vida.” Nada poderia estar mais distante da verdade, claro, quando se trata de fé autêntica.
A verdade plena é que tanto a fé como a opção de viver sem fé podem ser muletas, Para algumas pessoas, a fé – ou antes, uma forma imatura de fé – é, de fato, uma muleta. Porém, para algumas pessoas, a escolha de viver sem fé também é uma muleta. Em ambos os casos, estou falando de pessoas dispostas a erguer a cabeça e viver a vida com os pés no chão. Alguns usam a religião como uma muleta, outros usam o agnosticismo, o ateísmo, a indiferença religiosa ou o ceticismo como muleta. Qualquer uma dessas coisas pode ser uma muleta, e qualquer uma delas pode ser uma posição honesta de coragem. Não querer ter nada a ver com a religião ou dizer que a religião não passa de uma muleta para os fracos, é negligenciar o fato de que qualquer postura de vida ou visão de mundo pode ser usada como muleta. A diferença esta em como a pessoa compreende e se relaciona com a religião, ou com o agnosticismo, o ceticismo e assim por diante.
Se a sua religião o seu agnosticismo é uma presença desafiadora em sua vida, que o inspira a assumir riscos e a continuar a crescer, não é uma muleta. Se sua religião ou sua indiferença religiosa servem de base para uma posição de vida de superioridade presunçosa ou de impotência servil, ela é uma muleta. Em outras palavras, não-crentes acusarem crentes de precisar de uma “muleta”é, melhor das hipóteses, uma atitude pouco sincera. Qualquer visão de mundo ou concepção de vida pode ser uma muleta se for usada para proteger da realidade.
Essa é uma perspectiva. Outra poderia se dizer que, bem, algumas pessoas não têm outra opção a não ser usar uma muleta para se locomover. Sem a muleta, elas não seriam capazes de se deslocar. Se uma pessoa tem uma perna quebrada ou um tornozelo torcido, por exemplo, ela precisa de uma muleta, e quem vai negar a essa pessoa o uso da muleta? Algumas pessoas precisam usar uma muleta ou um par de muletas o tempo todo por serem portadoras de alguma deficiência.
Qualquer um que diga que pessoas que precisam usar muletas são fracas é insensível e irrealista.
Algumas – talvez muitas – pessoas podem usar a fé como uma muleta espiritual, uma forma de ajudá-las a se locomover pelo mundo pelo fato de não terem outra escolha. Suas deficiências espirituais ou emocionais tornam isso necessário. Se esse é o caso, isso certamente não significa que a fé dessas pessoas não seja autêntica. Significa apenas que a metáfora da muleta tem sérias limitações. Uma muleta é o meio de apoio para compensar um meio natural de apoio – como uma perna ou tornozelo – que, por alguma razão, se encontra enfraquecido.
Nesse sentido, pode não ser justo acusar a religião de ser uma muleta para aqueles incapazes de ficar em pé e encarar a vida por seus próprios meios. Na verdade, a maioria das pessoas não é capaz de encarar a vida sem nenhuma assistência. Para a maior parte das pessoas, é mais uma questão de onde elas escolhem obter ajuda. A questão é entre escolher obter ajuda de uma fonte que escraviza ou de uma fonte que liberta, de uma fonte que limita a visão ou de uma fonte que amplia os horizontes. Muitas pessoas apóiam-se em dependências em busca de suporte, dependências de tudo, desde comida a álcool ou nicotina, de uma busca interminável de segurança econômica.
A diferença entre tudo isso e a fé religiosa autêntica e que a fé, se for real, é uma fonte de segurança apenas por paradoxo. A fé proporciona segurança por levar à renúncia da segurança. A fé oferece conforto ajudando a abandonar a necessidade de conforto. A fé torna-se uma rede de segurança apenas quando se pula no vazio. A fé proporciona certeza só quando se esta disposto a viver com a incerteza. A fé é uma muleta apenas quando se ergue a cabeça e se caminha sem nenhum meio de apoio visível.

Será que somos fabricantes de muletas?
Será que somos dependentes de uma religião adoecida?

Pense nisso!

O que a fé não é
Mitch Finley

Wagner

domingo, 2 de agosto de 2009

O Deus que Precisa ser Defendido


O Deus que precisa ser defendido


O deus da religião precisa de defesa, porque se não tiver quem o defenda, ele fica com a sua honra abalada.
Integridade e soberania abaladas?
Nós precisamos nos posicionar em sua defesa. Quando ele for desacreditado, negado, injuriado, quando não o adorarem, quando não o servirem, se não fizerem a sua obra, a obra não será realizada, se não contribuírem, nada será feito, se denegrirem a sua imagem, ele precisa que nós briguemos para defende-lo.
Essa é a principal característica do deus dessa gente, um deus que precisa de defesa, senão, nada ele realiza.
Eu sei que essa arrogância é fruto da ignorância, e aqueles que assim pensam, vivem brigando com todo mundo para defender a honra de Deus, como se a honra dele precisasse ser defendida. Essa gente, não pode ver nada contrario a Deus, que logo quer defende-lo. Estranho, Jesus não se defendeu, e olha que ele tinha razão.
Será que as pessoas não cansam de ficar defendendo Deus não? Será que não podem utilizar o tempo e energia para algo que seja realmente mais produtivo? Será que essa gente só sabe fazer isso, e por causa disso já estão adoecidas na “defesa de Deus”.
O Deus soberano, criador de todas as coisas, não precisa de defesa, ele é poderoso para defender a sua própria honra, e sobre todos aqueles que forem hipócritas, mentirosos, servos infiéis, escarnecedores, perseguidores, e todos aqueles que Deus os identifica como joio, O Deus todo-poderoso que não se deixa escarnecer, naquele grande dia, vai saber decidir sobre o que cada um fez com a sua própria vida.
Deus tem um plano, e esse plano será totalmente realizado independente da igreja. A igreja não é a única voz. Deus não está na dependência de ninguém para executar seus planos. A obra que Deus quer que realizemos é um favor, é graça que ele nos deu para compartilhar em seu propósito.

Essa gente não sabe o que faz.

Pense nisso e seja mais produtivo.

Wagner