terça-feira, 20 de abril de 2010

VOCÊ É CAVALO OU CAVALEIRO DO APOCALÍPSE?...






“De onde procedem as guerras?” — indaga o apóstolo Tiago, irmão de Jesus.

O único real problema do homem é ele mesmo.

Nada além dele e disso...

Calamidades naturais matam pouco se comparadas ao que mata como resultado do que o homem faz.

Doenças são quase todas — pelo menos as que mais nos mataram no curso da História — o resultado da nossa própria produção.

São os Quatro Cavaleiros do Apocalipse...

Cavalo Branco [ίππος λευκός -híppos leukós]: Hegemonia de poder imperialista...

Cavalo Vermelho [ίππος πυρρός - híppos purrós]: Guerras que decorrem de tais ambições...

Cavalo Preto [ίππος μέλας - híppos mélas]: Crise econômica e alimentar como decorrência da Guerra, que decorre do surto de Poder...

Cavalo Baio [ίππος χλωρός, θάνατος - híppos khlōrós]: Morte que vem como conseqüência da Guerra e da Fome, com a proliferação de pragas e pestes...

Foram e são esses Quatro que movem as principais calamidades humanas na Terra!

Ora, tais coisas vêm todas de nossa “carne”, conforme nos disse Tiago; ou seja: elas vêm da nossa cobiça, dos nossos surtos de narcisismo, da nossa vontade insaciável por poder, domínio e controle.

É assim do ponto de vista do Fenômeno Global que nos acomete no curso da História, como também se trata de um fenômeno existencial e intrínseco, o qual habita a nossa natureza.

Os Quatro Cavaleiros existem não apenas no mundo e em suas grandezas históricas, mas, também, sobretudo, existem em nós.

No mínimo nós somos os “Cavalos” desses cavaleiros do Poder, da Guerra, da Fome e da Morte.

A fim de ver a força e a persistência desses poderes, basta que se olhe para nós mesmos, ou, então, apenas para aquilo que nos cerca e que surge como resultado das nossas decisões pessoais, nas quais somos poderosos o suficiente a fim de mudar ou não o curso de uma determinada ação e suas conseqüências...

No fim tudo tem apenas a ver com a “carne”, com o desejo, com o surto de poder, com a vontade de hegemonia, com o egoísmo, com o apetite pela morte, ainda que saibamos as conseqüências...

Na realidade todos pensam que são as ações dos outros que são importantes; as nossas não...

Assim, vendo o potencial dos Quatro Cavaleiros apenas nos homens e mulheres grandes da Terra, esquecemos-nos que tais homens são exatamente iguais a nós. E, assim, não vemos que o poder de mesquinharia, de guerra, de briga, de confusão, de traição, de carência, de necessidade de afirmação, de ódio, de vingança, de cobiça, etc. — são realidades presentes em todos, e, portanto, a partir do pequeno [nós] se pode entender que o grande [eles] apenas tem maior poder de devastação na sua decisão e escolha...

De fato existem Quatro Cavaleiros no Apocalipse, mas os cavalos são a soma de nós; das mulas e jumentos sem entendimento, os quais serão freiados apenas pelo Cabresto das Calamidades...

Portanto, antes de reclamar do Mundo, olhe para você; e veja os estragos que seu egoísmo de cavaleiro branco produz; veja o que sua ambição de guerra gera; perceba o que tais ações produzem no ambiente; e, por fim, note que o que segue a isto tudo é sempre o desarranjo da morte...

Sim, seja no mundo ou seja na casa da gente...

Pense nisso!...


Nele,

Caio

4 comentários:

  1. Bom texto. Os quatro cavaleiros habitam em mim e em nós. É preciso domá-los a cada minuto.

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  2. É Edu
    Talvez seja exatamente por isso que a Bíblia diz que o mau não procede do exterior do homem, mas do seu interior procedem todos os males.

    Enquanto a teologia está procurando chifre em cabeça de cavalo, a resposta para todas as coisas está na ambiguidade que habita em cada um de nós.

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  3. O diabo não é o causador do mal no mundo, e nem deus da bondade ainda existente, mas sim, nós!!

    Nós somos os diabos, e os deuses desta terra, seja para destruir ou para dar a vida!!!!!

    Portanto, antes de gastarmos horas orando e jejuando a deus numa inda e vinda ao templo, intercedendo para que ele venha impedir o diabo de causar o mal no mundo, que venhamos olhar para dentro de nós e encontrarmos o diabo e deus de nós em nós, para dai, tentarmos a partir do reconhecimento de nossa responsabilidade diante do caos fazer alguma coisa.

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  4. Diabo?
    Quem falou dele?
    Esquece o que outros falam.
    Mesmo assim você concorda com o texto.

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