Hoje em dia já não cantamos mais como antes. Antigamente cantávamos para espantar os males. Hoje se canta para boi dormir, macaco pular e coruja dançar.
No mundo da música litúrgica o mais preocupante de tudo é exatamente a tanta falta de conteúdo nas letras de nossas atuais canções. Estas lamentavelmente deixaram de ser litúrgicas para se transformarem em mensagens melosas de cunho meramente ‘gospel’ importadas pelos enlatados do já conhecido nosso ‘Cavalo de Tróia’ americanizado via neopentecostalismo fundamentalista.
Quando se falam de música ‘gospel’ é bom distinguirmos estas que circulam entre nós daquele verdadeiro mundo gospel tão caracterizado pelos sonhos de libertação dos negros americanos, muitos até em sua maioria vítimas diretas da Ku Klus Klan, ou pelos cânticos e lamentos dos jamaicanos através da música Reagge.
Estas canções falam de sonhos, lutas e conquistas de um povo que quer a verdadeira liberdade em suas celebrações em prol da Vida e do Reino a partir do verdadeiro messianismo judaico. Mas, o gospel que circula entre nós não tem nenhum conteúdo libertador, pois sua função é antes de tudo anestesiar a realidade, alienar os adeptos deste tipo de música, enfim, torná-los fanáticos, fundamentalistas uniformizados.
Na verdade este tipo de música não é nenhum louvor de agradável odor ao Deus da Vida, pois o mesmo em si distrai a vida para a pseudocontemplação daquela fé meramente do tipo “bolha de sabão”.
Cada comunidade deveria rever o conteúdo das letras de suas canções, para preparar bem as mesas dominicais, diante dos novos sinais dos tempos. As nossas canções litúrgicas dominicais devem nos animar para enfrentarmos os desafios do cotidiano neste tão complexo mundo urbano. Fugir da realidade com canções fora de nossa realidade eclesial é infantilizar o nosso Povo de Deus, é colocá-los fragmentalizados diante dos desafios que a cidade grande nos inquieta.
A nossa música tem que ser o veículo de uma autêntica evangelização integral e não de uma divagação para o nosso péssimo ritmo existencial. Temos que urgentemente ajudar a nossos colaboradores da música religiosa a apreciarem uma boa e profunda música. E, esta mesma música deve nos ajudar a descobrir o verdadeiro sentido de nossas vidas pessoais, familiares, comunitárias e sociais, abrindo-nos os horizontes da realidade que nos cerca.
A nossa música deve nos ajudar a redescobrir aquelas já aqui mencionadas tarefas propostas pelo verdadeiro Espírito do Ressuscitado. E como já se sabe, Ele sopra onde quer, porém, seu Sopro nos chama a conversão para que verdadeiramente possamos assumir a sua missão e certeza de está sempre entre nós.
Vamos então retomá-las só que agora, num tom mais afinado:
A primeira tarefa que a música deve nos ajudar a recordar é que o Espírito do Ressuscitado nos dá a coragem e a perseverança necessária para enfrentarmos os desafios da vida no seu devido ritmo do dia-a-dia.
A segunda tarefa que a verdadeira música litúrgica deveria nos propor é aquela que nos ajude a recordar a Palavra do Ressuscitado, para sabermos no Espírito de fato misturar as páginas da nossa Bíblia com aquelas tão caras da nossa vida.
A terceira tarefa que a nossa música deve ter então aqui é aquela de nos ajudar a redescobrir o espírito da comunhão, da vida comunitária, social, familiar, do diálogo, da acolhida inter-religiosa, do outro diferenciado, na partilha da mesma mesa que nos é comum. A música litúrgica tem que nos ajudar a cantar com a Palavra, a tocar na Palavra, A ler musicalmente a Palavra de fé na vida, a rezar com a Palavra, a louvar de fato, a meditar, contemplar e vivenciar esta mesma Palavra. Não é à toa que se cantavam nos anos 70: “Palavra não foi feita para dividir ninguém, Palavra é a força aonde o amor vai e vem...” A boa música é aquela que nos ajuda a orar uma, duas ou mais vezes... Uma coisa é canção ‘libertadora’, outra coisa é canção ‘dominadora’ feita para boi dormir, macaco pular, coruja piar e hiena sorrir... Gente! Vamos acordar, e, colocar os nossos pés no chão!
A quarta tarefa é aquela de recordar o Discernimento do Espírito. O cristão é manso como as pombas e prudente como as serpentes! Ele é sal e luz num mundo que jaz nas trevas, ele é o tempero da vida por excelência! Por isso sua colaboração no processo da evangelização deve ajudar o outro a ter senso crítico, diante da realidade que o cerca. Por isso, é importante novamente enfatizar: “Uma coisa é tocar no culto, outra coisa é tocar o culto!”. Quem sabe tocar o culto, sabe tocar a comunidade para o avançar do mistério. Ali, a comunidade num tom maior reassume o seu compromisso batismal. Precisamos tocar o culto, para tocarmos na realidade, na fé autêntica e na vida sofrida deste nosso povo tão sedento de coisas profundas, de coisas autênticas, canções fazedoras da Paz, do Caminho, da Verdade e da Vida, que nos é comum na Mesa do Senhor.
Teologia da Mesa
Damasceno Penna
Sinceramente,
Que o Eterno nos ajude
Wagner
No mundo da música litúrgica o mais preocupante de tudo é exatamente a tanta falta de conteúdo nas letras de nossas atuais canções. Estas lamentavelmente deixaram de ser litúrgicas para se transformarem em mensagens melosas de cunho meramente ‘gospel’ importadas pelos enlatados do já conhecido nosso ‘Cavalo de Tróia’ americanizado via neopentecostalismo fundamentalista.
Quando se falam de música ‘gospel’ é bom distinguirmos estas que circulam entre nós daquele verdadeiro mundo gospel tão caracterizado pelos sonhos de libertação dos negros americanos, muitos até em sua maioria vítimas diretas da Ku Klus Klan, ou pelos cânticos e lamentos dos jamaicanos através da música Reagge.
Estas canções falam de sonhos, lutas e conquistas de um povo que quer a verdadeira liberdade em suas celebrações em prol da Vida e do Reino a partir do verdadeiro messianismo judaico. Mas, o gospel que circula entre nós não tem nenhum conteúdo libertador, pois sua função é antes de tudo anestesiar a realidade, alienar os adeptos deste tipo de música, enfim, torná-los fanáticos, fundamentalistas uniformizados.
Na verdade este tipo de música não é nenhum louvor de agradável odor ao Deus da Vida, pois o mesmo em si distrai a vida para a pseudocontemplação daquela fé meramente do tipo “bolha de sabão”.
Cada comunidade deveria rever o conteúdo das letras de suas canções, para preparar bem as mesas dominicais, diante dos novos sinais dos tempos. As nossas canções litúrgicas dominicais devem nos animar para enfrentarmos os desafios do cotidiano neste tão complexo mundo urbano. Fugir da realidade com canções fora de nossa realidade eclesial é infantilizar o nosso Povo de Deus, é colocá-los fragmentalizados diante dos desafios que a cidade grande nos inquieta.
A nossa música tem que ser o veículo de uma autêntica evangelização integral e não de uma divagação para o nosso péssimo ritmo existencial. Temos que urgentemente ajudar a nossos colaboradores da música religiosa a apreciarem uma boa e profunda música. E, esta mesma música deve nos ajudar a descobrir o verdadeiro sentido de nossas vidas pessoais, familiares, comunitárias e sociais, abrindo-nos os horizontes da realidade que nos cerca.
A nossa música deve nos ajudar a redescobrir aquelas já aqui mencionadas tarefas propostas pelo verdadeiro Espírito do Ressuscitado. E como já se sabe, Ele sopra onde quer, porém, seu Sopro nos chama a conversão para que verdadeiramente possamos assumir a sua missão e certeza de está sempre entre nós.
Vamos então retomá-las só que agora, num tom mais afinado:
A primeira tarefa que a música deve nos ajudar a recordar é que o Espírito do Ressuscitado nos dá a coragem e a perseverança necessária para enfrentarmos os desafios da vida no seu devido ritmo do dia-a-dia.
A segunda tarefa que a verdadeira música litúrgica deveria nos propor é aquela que nos ajude a recordar a Palavra do Ressuscitado, para sabermos no Espírito de fato misturar as páginas da nossa Bíblia com aquelas tão caras da nossa vida.
A terceira tarefa que a nossa música deve ter então aqui é aquela de nos ajudar a redescobrir o espírito da comunhão, da vida comunitária, social, familiar, do diálogo, da acolhida inter-religiosa, do outro diferenciado, na partilha da mesma mesa que nos é comum. A música litúrgica tem que nos ajudar a cantar com a Palavra, a tocar na Palavra, A ler musicalmente a Palavra de fé na vida, a rezar com a Palavra, a louvar de fato, a meditar, contemplar e vivenciar esta mesma Palavra. Não é à toa que se cantavam nos anos 70: “Palavra não foi feita para dividir ninguém, Palavra é a força aonde o amor vai e vem...” A boa música é aquela que nos ajuda a orar uma, duas ou mais vezes... Uma coisa é canção ‘libertadora’, outra coisa é canção ‘dominadora’ feita para boi dormir, macaco pular, coruja piar e hiena sorrir... Gente! Vamos acordar, e, colocar os nossos pés no chão!
A quarta tarefa é aquela de recordar o Discernimento do Espírito. O cristão é manso como as pombas e prudente como as serpentes! Ele é sal e luz num mundo que jaz nas trevas, ele é o tempero da vida por excelência! Por isso sua colaboração no processo da evangelização deve ajudar o outro a ter senso crítico, diante da realidade que o cerca. Por isso, é importante novamente enfatizar: “Uma coisa é tocar no culto, outra coisa é tocar o culto!”. Quem sabe tocar o culto, sabe tocar a comunidade para o avançar do mistério. Ali, a comunidade num tom maior reassume o seu compromisso batismal. Precisamos tocar o culto, para tocarmos na realidade, na fé autêntica e na vida sofrida deste nosso povo tão sedento de coisas profundas, de coisas autênticas, canções fazedoras da Paz, do Caminho, da Verdade e da Vida, que nos é comum na Mesa do Senhor.
Teologia da Mesa
Damasceno Penna
Sinceramente,
Que o Eterno nos ajude
Wagner
Wagnão, estou lendo devagar as suas postagens, todas muito boas de autores muito bons. Mas sabe de uma coisa? sinto falta de uns textos escritos por você, com suas impressões e questionamentos.
ResponderExcluirbom, talvez os textos que você posta sejam de fato, aquilo que você quer dizer, logo, você economiza tempo e trabalho né? rssss
Olha, cantor gospel é artista como outro qualquer. Ele vende música religiosa. Eu não compro um cd evangélico a uns 10 anos.
Prefiro ouvir os bons cantores de verdade, os ditos seculares, que não disfarçam o que fazem com o nome de "ministério". Os gospels ganham dinheiro dizendo que não são artistas e que toda honra e gloria é para o Senhor...
Hipocrisia pouca é bobagem