segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pr. Cesar Moisés da Conselhos aos "atalaias e apologetas". rsrsrsrs

11 CONSELHOS PARA QUEM EDITA (OU QUER EDITAR) UM BLOG


Com o espantoso crescimento do número de blogs cujos editores são bem jovens, resolvi publicar esse post e espero preveni-los de alguns males comuns aos seres humanos (todos, indistintamente, candidatos a vaidosos). Como existem blogueiros mais experientes, devo adverti-los que a lista é sucinta e pode ter acréscimos e contribuições, portanto, fique a vontade para comentar. Ah, outra coisa, escrevi o post, mas não tenho a pretensão de estar falando a “verdade absoluta”, pois desde os tempos de academia sigo o conselho dado por Rubem Alves em Entre a Ciência e a Sapiência, quando ele disse que o convicto é pior que o mentiroso. O raciocínio é simples: o último precisa tomar vergonha e parar de mentir, mas o primeiro, mesmo depois de lhe ser provado que madeira não é ferro, insiste no ponto, pois acha que sua estupidez é saber...




1. Se você trabalha, não use o horário do expediente para escrever algum post, pois você é pago para produzir e isso, além de antiético, é pecado;

2. Se você optar por escrever um blog polêmico, esteja aberto a críticas, discordâncias e contestações (se você tiver uma tendência inflexível e hiper-convicta, escolha outro gênero);

3. Se você é daqueles que “pensam bastante para falar” (e escrever), mas cujo pensamento é unilateral, ou seja, só pensa em uma única direção; exercite a capacidade de pensar de maneira mais abrangente, pois a internet é uma “estrada onde transitam” pessoas de diferentes capacidades intelectuais (pense bem, pois é feio ficar mudando o que você escreveu sem avisar quem já comentou dando a entender que você já havia considerado a possibilidade do comentarista... além de ser antiético, fica parecendo que você quer maliciosamente transferir para os comentaristas o erro que eles levantaram em seu post. Nunca trate dessa forma quem lhe honrou com uma participação em seu blog);

4. Se você norteia-se pelo aspecto quantitativo mais do que pelo qualitativo, pense bem, pois certamente se tornará estigmatizado e possuirá determinado rótulo, sendo depois complicado mudar a imagem anteriormente formada de si mesmo;

5. Se você gosta de denunciar erros (mesmo que isso seja algo sincero e não simplesmente para se auto-promover achando que ser taxado de guardião da sã doutrina e da boa ordem é elogio), é bom que não tenha nascido depois de Adão, pois qualquer deslize será o estopim para que você seja tratado com a mesma rigorosidade com que trata as pessoas (e aí não adianta ficar choramingando pelos cantos, pois isso pega mal...);

6. Se você depende de elogios para sobreviver, seja sutil; mas se quer verdadeiros amigos, esteja disposto a suportar a opinião contrária sem apelar para manipulações baratas ou desqualificação pessoal (a não ser que você seja um acadêmico respeitado, que tenha formulado uma tese que ainda não foi superada em uma academia de respeito, mesmo assim, os maiores e melhores pensadores sabem ― até mesmo por força do ofício ― conviver com a dialética e o confronto...);

7. Se você tem uma opinião muito elevada acerca de si mesmo, ou uma autocrítica muito positiva em relação a sua própria pessoa (a redundância aqui é intencional), faça de tudo para que isso não transpareça, seja discreto, pois é impossível agradar a todos (não caia na bobagem de ficar acusando de invejosos àqueles que já perceberam sua hybris, isso o tornará insuportável, pois dará a nítida impressão que você não é apenas narciso, mas também estulto, pois quer algo que até Deus não possui: 100% de adesão!);

8. Se você quiser audiência, procure discutir assuntos diferentes (ou corriqueiros de maneira diferente). Agora se você quiser muita audiência mesmo, se você quiser ser pop, certamente terá que se tornar alguma coisa do tipo medíocre, irrelevante e polarizador (Ao deglutir um assunto diferente do que está na “crista da onda” ― certamente você deve ficar incomodado quando a sua audiência está meio “caidinha” em relação aos blogs “concorrentes” ―, arrisque algo inusitado, mas tome cuidado para não cair em contradição com o que você defende em outras instâncias ou momentos, pois isso estraga “os negócios”...);

9. Se você é do tipo que não se dá ao luxo de ouvir outras pessoas (não aquelas que você elegeu como seus “referenciais”, pois essas podem esconder-se em sua paixão por elas e é lógico que você ― até por uma questão de interesse próprio ― fechará os olhos em relação as suas ambiguidades) e queira derrubar uma tese muito bem arraigada, é bom embasar-se suficientemente e reunir conhecimento para tal empreitada, pois do contrário isso apenas lhe gerará problemas e não novos admiradores e fãs que é o seu alvo (Além disso, se a sua profissão não é a mesma daqueles bonachões que fazem a alegria da garotada no circo, evite que o pessoal da academia leia algo que você escreveu com pretensão de desconstruir uma tese epistemologicamente fundamentada, e fique rindo ― não apenas de sua tresloucada performance ―, mas de todo o grupo de pessoas do qual você é parte);

10. Se você é ciumento, possessivo e acha que todo o mundo tem que ser apenas amigo seu e não dos outros, só pode elogiar o seu trabalho e não o dos outros, precisa aceitar tudo o que você diz acriticamente, como vaquinha de presépio, então coloque a moderação em seu blog, só libere comentários elogiosos e, de vez em quando, “unzinho” assim mais crítico que é para os seus pares lincharem o camarada e disfarçar seu egocentrismo (Agora, não seja infantil de querer ficar colocando barreiras nos blogs alheios, pois aí a coisa fica muito descarada e certamente as pessoas não vão aceitar o cerceamento...);

11. Finalmente... se você for coerente, esqueça todos esses conselhos, pois terá maturidade suficiente de, em caso de erro ou equívoco, se retratar, pedir desculpas e continuar o seu caminho consciente do que disse (pois o seu maior árbitro, que é a sua consciência, não lhe deixará em paz), mas não tentará ficar maquiando a esparrela postada (Na realidade, esse último conselho, serve também para você que incorre em todos os outros acima, pois atualmente dá uma moral danada bancar o humilde: “Sou o melhor, para a glória de Deus”...).



Ah, já ia me esquecendo: Qualquer identificação com os elementos desse post (visto que são assuntos bem abrangentes e que se encaixam naquela categoria dos reveladores que diante de uma multidão afirma que alguém ali “tem um problema de estômago”), não será surpresa. A única coisa que não dá, é sentir-se tão importante, a ponto de pensar que tudo que se escreve na blogosfera é para “pegar em você”. Tem gente que é como o cara que estava indo para uma festa e entrou em uma rua na contramão. Os carros começaram a desviar dele e os motoristas buzinavam e acenavam, mas incrivelmente ele colocou a cabeça para fora e perguntou: “A festa já acabou?”. Assim, em vez de assumir uma postura conspiracionista (“Todo o mundo está contra mim”) ou autocomiserativa (“Como eu sou perseguido”), é melhor emendar-se e verificar o porquê de como tudo que se escreve nessa linha parece lhe atingir...


Pr. Cesar Moisés
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2 comentários:

  1. Wagner sempre leio algumas parte de seu texto, rsrs nem sempre inteiro, sei não, deve ser preguiça, ou muito trabalho ou mesmo desinteresse pelo tema. Mas estou lendo, beliscando, e foi muito fácil de ler este post agora.

    Qualquer dia eu ligo ai para conversar.

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  2. E aí Gresder
    Essa preguiça contamina mesmo. O nosso tempo realmente é curto e a gente que tem que matar um leão por dia, fica complicado. Não dá mesmo para perder o pouco tempo que temos.
    Eu li a tua tentativa de trocar ideia com o Ciro Zibordi.

    Um abraço

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