quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Poder Pastoral e a Exclusão do Corpo


O Poder Pastoral e a exclusão do Corpo (igreja).

Por mais que isso possa irritar os atuais detentores do poder eclesiástico, devemos constatar que a Igreja-instituição não passou pela prova do poder. Poderíamos ter esperado que ela exerceria uma forma de poder e governo, conforme os apelos do evangelho. O exercício de poder na igreja seguiu os critérios do poder pagão em termos de dominação, centralização, marginalização, triunfalismo, hibris humana sob capa sagrada.
O cristianismo perdeu o seu sal escatológico e se tornou uma ideologia que justifica as ordens de dominação que são dadas. Desta maneira, só aumenta a dicotomia entre o particular e o universal, evitando sua reconciliação numa sociedade mais livre. Tornou-se reacionário. Não basta argumentar: deve-se entender a história com os critérios de tempo.
A igreja instituída perdeu a chance de encarnar uma maneira nova de relacionamento entre os homens pelos caminhos do poder como pura função de serviço ao bem de todos e não pela gestão e alimentação de elites desfrutadoras e marginalizadoras.
Por essas e por outras razões, o cristianismo vai se tornando cada vez mais dispensável como ideologia da sociedade moderna secular e pragmática. Ele não é mais chamado, como antes na história, e servir de fator integrador e legitimador dos poderes afluentes. A própria consciência cristã esta se dando conta do impasse profundo concernente as instituições eclesiásticas. Examinando a atual igreja e se pergunta: até que ponto ela poderia ser outra em nossos dias?
O exercício da hierarquia compartilhada deve ser pensado, desenvolvido, porque todos estão sensíveis a uma participação efetiva lá onde se elaboram as decisões. Há um desejo de não oferecer apenas sugestões aos que decidem, mas decidir com os que decidem.
Os lideres que não observam e não compreendem esse tempo, não estão assimilando e nem percebendo os sinais, deixando de trabalhar para o futuro da igreja.
Hegel disse: “Quem não reconhece os erros do passado está condenado a repeti-los”
Impõe-se uma releitura da fé, com os olhos de quem já abandonou a perspectiva de poder. O poder eclesiástico, da ortodoxia, da tradição, de preservar mais do que criar, de moralizar mais do que profeticamente proclamar. Para uma igreja que busca uma presença nova no mundo e não que repetir os erros produzidos dia a dia pela sua forma de liturgia e governo, é imprescindível a centralidade de Jesus Cristo e da presença do Espírito na Igreja.

Livros:
O Último Degrau da Liderança
Um Novo Cristianismo para um Novo Mundo
Igreja: Carisma e Poder

Wagner

Um comentário:

  1. Prezamado Wagner,

    A Paz do Senhor!

    É impossível, ir contra este texto, que expressa a verdade, e provoca tristeza, a qualquer que deseja, o melhor para a obra de Deus.

    Saber que que muitos estão descendo este degrau, e continuam nas suas poses de astros de Hollywood, cria um impacto muito forte aos verdadeiros homens de Deus, que permanecem determinados em sua ferrenha decisão de não dobrarem os seus joelhos ao deus deste mundo.

    o Senhor seja contigo!

    pr. Newton Carpintero
    www.pastornewton.com

    ResponderExcluir