sábado, 14 de novembro de 2009

Amor Que Liberta a Consciência




Amor Que Liberta a Consciência


Imitar o “noivo” significa amar. Porque a essência do noivo é precisamente estar apaixonado, o maior dos enteógenos. A identidade do noivo é determinada pela relação com outra pessoa: sem “noiva” não existe “noivo” (sem amor não existe perdão). É o símbolo do Deus Trinitário, um Deus que se define por suas relações, (sendo inteiramente Perdão).

No entanto, amar não significa apropriar-se da vida de outros para entender os domínios da própria imagem. Nem tampouco anular o ego diluindo a identidade individual em um fluído eclético e comum __ o amor leva a pessoa a transcender-se. Assim sendo, o crescimento é uma profundidade, e não um volume.

Habitualmente, o ser humano apaixona-se por uma ilusão, por um sonho, por um projeto que traz um benefício para seu ego. São realidades virtuais que ocultam a contingência do ser. Não obstante, Deus se apaixona pela realidade, vale dizer, pela pobreza. Deus ama gratuitamente, porque não necessita de nada em troca. Por isso, ninguém pode merecer seu amor. Isso escandaliza a prepotência humana.

Para transformar-se em “noivos”, os convidados ao banquete têm de deixar de ser expectadores das bodas (a vida) e arriscar-se a se defrontar com o vazio. Todavia se desejarem superar a barreira do horizonte conhecido e abandonar a segurança de superfície será necessário que outro (ou o Outro) abra as comportas de seu interior. Sem amor não existe profundidade possível, porque só o amor incondicional penetra até a raiz do ser.

Quem se deixa embriagar pela paixão do Amor Divino, ou seja, quem ousa apaixonar-se pelo Amor, entra em um processo espiritual de libertação e de iluminação. A amizade liberta-o de sua auto-imagem, permitindo-lhe retornar à nudez do Paraíso. Quanto mais ama, tanto menos cativo é de sua máscara e tanto mais autêntico se torna. O ser encontra-se sequestrado por uma personalidade virtual e só o amor pode resgatá-lo.

Entretanto, esse amor é fogo que queima e dói. Filtra-se pelas junções do interior e corrói a couraça de vaidade, ciúme, prepotência, agressividade e auto-suficiência que protege a aparência de identidade. É um amor libertador que rompe as ataduras que prendem o ser interior. É o bisturi que disseca a alma e extirpa paulatinamente os demônios interiores.

E essa chama viva de amor ilumina a existência. O amor é ao mesmo tempo o motor que impulsiona o ser humano, a luz que o guia e a meta definitiva em sua odisseia pelo universo interior. Por isso, é a chave do crescimento espiritual’

Pense Nisso
Wagner

Um comentário:

  1. Wagner, que testo maravilhoso heinn!! Parabéns!!!
    Vejo isso de uma forma bem mais simples.....no dia a dia de cada um, sem muitas palavras, sem amargura, sem ressentimentos, sem rancores.....
    Creio ser no dia a dia, a partir de nossos relacionamentos familiares, amando...perdoando..servindo...considerando o outro supeior a si mesmo, buscando também os interesses do outro, sendo suporte um do outro....caramba, que legal esse viver diário, não como uma visão filosófica,um conhecimento mental apenas, ou uma visão posicional ou até mesmo teológica, mas uma prática, um estilo de vida....Avancemos...
    bjus

    ResponderExcluir