quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Deixando as Coisas de Menino


Crescer na Graça e no Conhecimento

“Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com os pés e, voltando contra vós, vos despedacem” (Mt 7,6)... Diria Jesus a cada um de nós!

Infelizmente é mesmo por este caminho que os poderosos de hoje fabricam as suas “marionetes” de Deus. Uma coisa é formar as pessoas, outra coisa é querer uniformizá-las assim tão cegamente. É uma pena que infelizmente, até mesmo esta simples palavra, este “Amém”, tão espontâneo por muitos de nós, tenha sido manipulado, rotulado, institucionalizado, transformado em grito de guerra. Ele está tornando-se ultimamente em si, numa espécie de chavão de consumo, dentro de certas religiões, pelos constantes fazedores do mal e do poder centralizador, uniformizando assim, pessoas seduzidas por este “canto da sereia” próprio do momento presente, que é esta atual globalização maquiada num tipo de sagrado, com sabor New Age.

Este tipo de articulação indevida acaba em si gerando aqui um certo modelo de opressão, deixando de fora muitas boas pessoas daquilo que verdadeiramente é a própria dinâmica do Reino. Por isso, neste nosso contexto de Fé e Vida, é necessário, antes de tudo, amadurecer a razão, a emoção e o poder que temos, para não sermos então totalmente enganados pela religião que facilite a teologia da retribuição em oposição à devida teologia da comunhão que é essencial na Revelação Trinitária. “Quem procura uma religião de retribuição está em busca de uma religião de resultados, onde este tipo de mentalidade nos revela aquilo que é próprio do mercado consumista” como diria Pe. Vitor Galdino Feller.

Daí a importância desta nossa mesa na integração da Fé com a Vida, para que a teologia enquanto tal seja aqui em si uma possível teologia de comunhão, e, não da retribuição manipulada, própria do mercantilismo neoliberal. A mesa deve colaborar para quebrar o dualismo existente entre ambas. Pois, no constante jogo consumista destes “pseudo poderosos”, o “amém”, funciona muito bem, delimitando então esta verdadeira integração de nossa Fé com a própria Vida.

Muitos desses tais deuses e deusas, opressores e opressoras deste e do “outro mundo”, geralmente, se aproveitam muito bem desta nossa constante ingenuidade em matéria de “religião”. Pois sem uma fé perfeitamente adulta, acabamos mesmo dominados, principalmente, os mais pequeninos, através daquela costumeira propagação que circula entre nós de uma certa doutrina sobre o ‘pecado’, que está disfarçada entre nós, como “Guerra Santa” e amor cego a um certo fundamentalismo religioso. Pois, essas mesmas arenas religiosas, ao invés de salvarem pessoas, acabam inconscientemente, favorecendo a nossa já tão conhecida Cultura de Morte com suas diversas modalidades, que no caso desta já desenfreada religião de mercado, poderemos então até chamá-la aqui, de ‘terrorismo espiritual’. Nesta tal doutrina do ‘pecado’, infelizmente, o que predomina muitas vezes é aquela antiga lei do “olho por olho” e “dente por dente”, fora de seu devido contexto, propagando assim uma indevida idéia de um Deus meramente justiceiro, o que impede o favorecimento da verdadeira ação da lei da “não violência”, e, da revelação de um Deus de ternura, que na sua constante ausência é mesmo permissível, à origem desta possível Cultura Mortífera.

Teologia da Mesa
Damasceno

Wagner

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