Uma Hermenêutica do Mal
O mal tem o seu próprio espírito de época. Ele na verdade não precisa mais daqueles seus chifres, rabo de escorpião ou garfo de fogo para se manifestar, como se pensavam muitos cristãos na época da Idade Média. Ele ainda se faz presente, nos sofisticados joguetes das palavras, que por sinal, muito bem preparadas, escolhidas, contidas e completamente prontas para seduzir, naquilo que interessam para os discursos religiosos, sociais, políticos ou culturais da mídia fluente dos nossos tempos.
Tratando-se do complexo universo religioso, diríamos que o mal hoje em dia, anda de Bíblia na mão, ou melhor, debaixo do nosso braço como se fosse mesmo desodorante, que pode ser comparado semelhante àquele da época de Jesus, seduzindo a todos, com a própria Palavra de Deus, transformada então, em protocolos meramente humanos, para manter o ritmo da suposta “PAX ROMANA”.
Em nossos dias, a Marca da Besta tem na verdade “versículos bíblicos” como instrumento de marketing. É muito fácil dominar povos e culturas, sem precisar das armas ou das forças políticas, econômicas, sociais ou culturais. Bastam atingir aquilo que de mais intrínseco o ser humano carrega dentro de si, a sua crença religiosa. Esta crença é a alma de sua própria cultura. É por aí, que as coisas tomam o rumo desejado pelos fazedores de discípulos do império do mal. Vamos aqui trocar a expressão império do mal por “Cultura de Morte”.
Os romanos para favorecerem a sua dominação pela “Cultura de Morte” ofereciam pão e circo aos povos a eles subjugados. Era na época uma espécie de assistencialismo paternalista, que sob as lentes de um sensacionalismo dos jogos circenses seduziam aquela população alucinada, onde a recompensa como prêmio era mesmo a vida ou a morte, como euforia de uma suposta mídia vigente.
Hoje em dia não é tão diferente já que os donos do poder oferecem restaurantes populares e ‘piscinões’ para enganar o povo com um falso lazer. “A Pax Romana” dos nossos dias de hoje é trocada pela sugestiva “Paz Americana” (vejam que uma águia sutilmente substitui a outra), provinda de seu “Jesus Cristo Superstar” fabricado como uma espécie de super herói de brinquedo do tipo “Superman” para então adocicar as diversas tendências neopentecostais que povoam a arena religiosa do momento.
Este atual presente de Tróia, exportado para os países de terceiro mundo embalado como um brinquedo americano, já tem entre nós milhares de adeptos pelo país e está ampliando-se mundo afora. É igual a “Denorex”, como diria aquela antiga propaganda, se parece, mas não é. Oferecido ao povo como o próprio Filho de Deus, mas não é. Na verdade, seria apenas mais uma “bolha de sabão” ideológica iludindo a muitos com seu fascinante brilho colorido. Esse “Jesus” que aparece por aí com sotaque americano não é aquele que se encarnou na história com sotaque Galileu, ele é enfim, na verdade, uma espécie de Coca-Cola que anuncia mais a des-graça do que a Graça Libertadora do Reino.
Damasceno Penna
Muito bom
Pare e reflita
Wagner
sensacional
ResponderExcluirPena que os "donos da verdade", não enxergam isso. Estão cegos pelos próprios interesses.
ResponderExcluirUm abraço