quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Pai Nosso nas Entrelinhas




O Pai Nosso Nas Entrelinhas



O Pai Nosso compromete indiscutivelmente toda a nossa Fé, com a Esperança e a Caridade que procuramos vivenciar no nosso dia-a-dia. É aqui que começamos a compreender as chamadas aberturas fundamentais daquela nossa integração da Unidade na Pluralidade.
Quando me relaciono diretamente comigo mesmo e com Deus, estou nas colunas da fé; quando me relaciono com o próprio mundo, com o cosmos, com a natureza, sua dinâmica ecológica e a nossa aventura humana através da história, estou nas colunas da esperança; quando vou ao outro através do perdão, partilhando o nosso pão cotidiano que então nos é comum, estaremos de fato nos envolvendo com aquilo que é típico ao amor Ágape, que com certeza nos levará a cultura da solidariedade. Em outras palavras, estaremos nas colunas da caridade. É por isso, que esta oração ensina-nos a vivenciar aquelas virtudes fundamentais da nossa vida, da esperança e da nossa fé, e é a chave de acesso ao mundo da Graça, aconchegando-nos diretamente ao coração de Deus.
Diante dessa realidade o silêncio já basta!
"Na oração é preferível um coração sem palavras, que palavras sem coração” (M. Gandhi).
Olhando para as entrelinhas da Oração do Pai Nosso encontramo-nos envolvidos de verdade “face a face”, que nos coloca frente a frente com aquela realidade última e primordial da nossa razão de ser “Imagem e Semelhança” deste Deus tão “Nosso”, que é Pai. É aqui que começamos a entender de fato o que significam em si a dinâmica destas quatro aberturas fundamentais, do Eu Comigo Mesmo, Eu com o Outro, Eu com o Mundo, e Eu com Deus. É aqui que começamos a entender sobre o Reino, e onde abandonamos tudo para sermos só dele e para ele.
O “Eu Comigo Mesmo”, aparece no momento em que pronunciamos: “E não nos deixeis cair em tentação, mais livrai-nos do mal”.
O “Eu com o Outro”, esta contido no momento em que oramos: O pão-nosso de cada dia dai-nos hoje, perdoai-nos nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
O “Eu com o Mundo”, esta se realizando quando falamos: “Venha a nós o teu Reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”.
E por fim, o “Eu com Deus”, já se encontra como presente quando iniciamos esta belíssima oração: “Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome”.
Veja que com essas quatro aberturas, acabam-se por fazer assim, uma caminhada ascendente em torno da gratuita mesa do Reino. Saímos assim do nosso mundo interior, passamos pela vida do outro, nos comprometemos com a realidade nua e crua da vida e finalmente chegamos até Deus.


Damasceno Penna

Não há outro caminho, qualquer outro caminho é só religião.
Pense Nisso
Wagner

Um comentário:

  1. nelson dos santos sousa13 de janeiro de 2010 às 12:10

    porque que as pessoas demoran tanto para ir ao encontro de Deus?

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