sábado, 5 de setembro de 2009

Instituição e Vida


Instituição e Vida

Todas as instituições tendem a perpetuar-se sem modificações. Essa é a razão por que, mais cedo ou mais tarde, todas elas acabam por colidir com a vida. Porque a vida é fluida, e apresenta-nos sempre problemas novos e surpreendentes, não pensados com antecedência. Nada garante que os problemas futuros sejam idênticos aos problemas passados. Acontece que as instituições, como cristalizações de soluções passadas, contêm, implícita nelas mesmas, a afirmação de que problemas futuros se resolvem com soluções passadas.
Encontramos aqui as razões para o equilíbrio sempre precário entre instituições e suas bases humanas, e para os mecanismos repressivos de tudo o que represente novas maneiras de pensar e de comportar. De um lado, a instituição faz uso de seus mecanismos para impor sua interpretação da realidade e os comportamentos correspondentes. Do outro lado, as pessoas, sentindo um mundo diferente e os problemas novos que resistem às programações institucionais, são obrigadas a se desviar das instituições. As instituições, que num momento originário foram criadas como expressão e instrumento de pessoas, passam a ser vividas como obstáculo e repressão.
É da psicanálise que retiro a categoria repressão. Para a psicanálise, a essência da sociedade é a repressão do indivíduo e a essência do indivíduo é a repressão de si mesmo. Cabe-nos perguntar das razões que fazem com que o homem aceite voluntariamente a repressão. Parece que a aceitação da repressão tem a ver com uma contabilidade pragmática do ego, que faz uma discriminação entre vantagens e desvantagens. Ninguém aceitaria voluntariamente se ela não trouxesse certas vantagens laterais. O fato é que a liberdade tem, freqüentemente, um custo emocional maior que a dominação a que o indivíduo está sujeito na vida institucional. Aqui a rebelião contra a repressão permanece inaudível, e só aflora em nossos lapsos e sonhos. É a linguagem proibida, linguagem da rebelião contra a verdade, de que deve ser confessada como pecado. O discurso contra a repressão só se torna audível quando as novas realidades vitais já se impõem de tal forma que o custo da repressão é maior do que o protesto contra ela.
Manter o discurso institucional sem levar em consideração que vivemos novas realidades, é afastá-la das prioridades, relativizando sua importância e mensagem. A estrutura eclesial está engessada, endurecida e vivendo séculos atrás, ficando sem nenhuma relevância no mundo pós-moderno.

A instituição não deve viver no passado e nem do passado.
Pense nisso
Wagner

Um comentário:

  1. Meu amado mano, o que vc diz é uma grande realidade, só não falamos isto abertamente na igreja porque temos medo do que possa nos causar e causar naquele que não tem maturidade para assimilar, principalmente onde as ovelhas não tem pastos verdejantes para se alimentar e sair fartos, digo isto, porque vejo dentro da minha igreja,digo também pelo fato de me relecionar com pessoas o tempo inteiro dentro desta instituição e não vejo vida brotar do seu interior. Entendo que muitos tem suas dificudades de assimilar, outros não querem e muitos outros estão se tornando "amigos da irgreja" (não estão nem aí pra Palavra,querem saber de oba-oba, mas nem estes me pré-ocupo, pois não que Deus lhes pezará mão, não creio nisso, mas sim que deixará de receber o que Deus deixou de melhor pra nós através de Cristo, que foi vida em abundancia). Penso que devido aos interesses de reconhecimento humano, tapinhas nas costas,títulos e cargos eclesiásticos, deixamos de pregar o verdadeiro Evangelho de Cristo que é a salvação principalmente de sí mesmo(visto que nosso maior inimigo somos nós mesmos)temos deixado de lado nosso irmão, nosso próximo para fazer o que dá ibope,estatos(linguas totalmente estranhas,profetadas,pulinhos e gritos em púpitos), liberdade pré-supõe opção de escolha, e, meu Pr. tem nos ensinado que pastoriar com liberdade é ensinar abrir as porteiras e deixar ir, é ensinar o que é correto e incentivar que a pessoa faça o que é certo(cada um dará conta de sí), já passou a época da escravatura,(se o Filho vos libertar verdadeiramente serás livre)somos livres em Cristo Jesus, livres para mar,acolher, servir,dar um norte ao sem rumo e esperança ao abatido, em fim, livres para servir, pois ser servo dAquele que conhece nosso interior é ser livre, pois Ele sabe das nossas limitações. Paz...

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